São Paulo, segunda-feira, 4 de setembro de 1995
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Violência de torcidas é discutida em escolas

Alunos do Logos fazem reportagem sobre organizadas

DA REPORTAGEM LOCAL

O debate sobre a violência das torcidas organizadas invadiu as escolas de São Paulo.
Preocupadas com o assunto, algumas organizaram atividades. No colégio Logos, em Pinheiros (zona oeste de são Paulo), a violência nos estádios virou reportagem especial no jornal-mural, feito por alunos da quinta série.
A reportagem foi feita por Leonardo Machado, 11, Vitor Lux, 11, Rodrigo Sigollo, 13, Cássio Sipullo, 11, e Márcio de Lima, 11. Cássio conseguiu até um "furo"jornalístico. Ele foi à sede da Mancha Verde (maior torcida do Palmeiras) e conseguiu entrevistar Paulo Serdan, presidente da torcida.
"Cheguei lá e perguntei por ele. Falaram que ele não estava, só que na hora ele passou por mim", conta o garoto.
O estudante é palmeirense fanático, mas também é um fanático crítico da violência nos estádios.
"Acho uma coisa horrível, não tiro a culpa das torcidas. Nem das do Palmeiras", diz.
Segundo a coordenadora pedagógica do colégio, Ana Lúcia Lopes, a violência no futebol é o principal assunto entre os alunos.
"O futebol está ocupando um papel muito importante na vida dos jovens atualmente", diz.
A professora de sociologia do colégio Bandeirantes Clarisse Kelbert concorda. "É impossível não tratar desse assunto em sala de aula. Ele está diretamente ligado à vida dos alunos", diz.
No colégio Equipe, em Pinheiros, antes das aulas de futebol, modalidade da educação física, os alunos conversam com o professor, Tadeu Mendes, sobre a violência.
"O acontecimento no Pacaembu foi muito grave, por isso dei uma espécie de manual de sobrevivência para os alunos, recomendando que eles evitem ir a clássicos e não usem camisetas de times em dias de jogos", diz.
Ele orienta também os alunos a não serem violentos dentro de campo com outros jogadores.

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