São Paulo, terça-feira, 5 de setembro de 1995 |
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Dias Gomes fala do amigo
ELVIS CESAR BONASSA
Assim reagiu o dramaturgo Dias Gomes à morte de Paulo Gracindo, amigo e intérprete de seus personagens mais memoráveis, como o "bem-amado" Odorico Paraguaçu e Tucão, da novela "Bandeira 2". "Ele foi o único ator que realmente me influenciou. Sempre escrevo sem pensar no intérprete, acho que o personagem deve ter vida própria, para não limitar a criatividade. Com o Paulo Gracindo era diferente, eu escrevia pensando nele", diz o dramaturgo. A história artística de Gracindo coincide em muitos pontos com a de Dias Gomes. Personagens de Dias Gomes marcaram as viradas mais importantes da carreira do ator. Ao interpretar o Bispo da peça "O Santo Inquérito", Gracindo foi reconhecido como grande ator de teatro. Na TV, o reconhecimento veio com Tucão, de "Bandeira 2". "Quando escrevi 'Bandeira 2', o Paulo Gracindo era considerado apenas um comediante, que fazia o primo rico. Ninguém o considerava com capacidade dramática para fazer uma novela", conta o dramaturgo. O personagem Tucão estava destinado a uma das estrelas de então da Rede Globo, o ator Sergio Cardoso. "Enquanto escrevia o texto, eu pensava no Paulo, mas isso pareceria uma loucura", recorda. "O ator já escolhido era o Sergio Cardoso, só que ele não gostou do texto. Ele me procurou para dizer isso, eu falei que também não escrevia o personagem para ele. A discussão acabou na sala de direção da Globo e o papel acabou com o Paulo Gracindo." Texto Anterior: Amigos de verdade nunca se separam Próximo Texto: Morre aos 84 o ator Paulo Gracindo Índice |
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