São Paulo, terça-feira, 5 de setembro de 1995
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Brasileiras são barradas na festa de abertura

JAIME SPITZCOVSKY; SUZANA SINGER
DE PEQUIM E DA ENVIADA ESPECIAL

Duas deputadas gaúchas foram fotografadas na semana passada por uma agência internacional enquanto esperavam a definição do seu hotel em Pequim.
Ontem, voltaram a esperar, na tentativa de entrar no plenário para a abertura da conferência. Não conseguiram.
"É decepcionante viajar até o outro lado do mundo e ter que assistir à cerimônia no telão, sentada no chão e sem tradução simultânea de um discurso em chinês", afirmou a deputada estadual Maria do Carmo Teixeira Bueno (PPR).
"Viemos para ouvir e também para falar", disse a deputada estadual Jussara Cony (PC do B).
Cada delegação teve acesso a apenas quatro convites e as parlamentares gaúchas não puderam acompanhar Ruth Cardoso.
"Entendemos os critérios de escolha da delegação brasileira, acho apenas que deveria haver uma galeria para quem não entrou no plenário", disse Maria do Carmo.
Sobre a mudança de hotel, Jussara Cony disse: "Fomos mudar de hotel por vontade própria, porque queríamos ficar mais perto do centro de Pequim".
As deputadas lembraram que o Brasil é o único país que conta com um núcleo de apoio aos participantes do encontro, montado na embaixada brasileira em Pequim.

Passeata
Um grupo de brasileiras participou da "passeata da paz" ontem em Huairou. A tenda da América Latina e Caribe levou cerca de cem mulheres à manifestação.
No meio da confusão, ficaram na frente da marcha e encararam de perto as policiais chinesas.
Generosa Deise Leopoldi, 46, carregava a maior faixa, pedindo a prisão do assassino de sua irmã, morta em Santos (SP). Segundo ela, o criminoso fugiu do Brasil graças a um habeas corpus.
Ela diz não ser militante feminista, mas quer aproveitar o momento para obter justiça.
(JS e SS)

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