São Paulo, quarta-feira, 6 de setembro de 1995
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Grupo do Rio terá lei antinarcotráfico

LILIANA LAVORATTI
ENVIADA ESPECIAL A QUITO

Os governos dos países latino-americanos decidiram adotar uma legislação comum contra o tráfico de drogas. A decisão foi tomada por 12 presidentes e dois vice-presidentes presentes à 9ª Cúpula do Grupo do Rio, encerrada ontem em Quito (Equador).
O Grupo do Rio é um fórum de consulta permanente de 14 países de América Latina e Caribe, criado há dez anos no Rio de Janeiro. O consenso sobre o narcotráfico é um dos pontos principais do documento final do encontro, denominado "Declaração de Quito".
O vice-presidente do Brasil, Marco Maciel, disse ontem que "o combate isolado ao tráfico de drogas não está sendo eficiente".
Os chefes de Estados querem que os principais países consumidores assumam sua responsabilidade "com maior clareza e decisão" na solução do problema.
A corrupção também foi vinculada ao tráfico de drogas. Os chefes de Estado se comprometeram a combater esses crimes, que no seu entender dificultam a consolidação da democracia.
Em nenhum momento foi feita referência à crise vivida pela Colômbia, onde o presidente do país, Ernesto Samper, é acusado de ter recebido dinheiro do narcotráfico na campanha eleitoral.
Os chefes de Estado divulgaram carta de solidariedade a Samper "por sua determinação e eficácia luta contra o narcotráfico"
O presidente da Colômbia disse ser vítima do narcotráfico.
Foi criado um grupo de trabalho, do qual o Brasil é integrante, para iniciar os estudos visando a adoção de uma legislação comum nos países do Grupo do Rio. A idéia é eliminar as brechas que possam beneficiar os traficantes.
Outro compromisso firmado pelos governantes latino-americanos em Quito foi a criação de mecanismos que possam prevenir os países em desenvolvimento de crises cambiais como a vivida pelo México no final do ano passado.
A proposta é negociar junto a organismos internacionais a reforma do sistema financeiro mundial.
Os governos do Brasil e Equador assinaram ontem convênio para a construção da Via Interoceânica, que ligará os dois países.

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