São Paulo, quinta-feira, 7 de setembro de 1995 |
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Manifestação contra Cavallo reúne 50 mil
DENISE CHRISPIM MARIN
O movimento teve adesão total do setor público argentino e parcial de empresas privadas. Não houve piquetes nem incidentes. A manifestação havia sido convocada como protesto contra o desemprego recorde (de 18,6%) e contra a perda, pelos sindicatos, das verbas federais destinadas às obras de assistência social. A CGT -ligada ao Partido Justicialista, do governo- teve seu poder de mobilização abalado. Não conseguiu contentar as duas outras centrais sindicais, CTA e MTA, e perdeu o apoio. O presidente argentino, Carlos Menem, antecipou-se à manifestação e, logo pela manhã, deu declarações de apoio a Cavallo. "Todo o dia tenho que dizer a mesma coisa?", afirmou, irritado. "Cavallo fica comigo até 1999." O ponto alto da paralisação foi o comício na praça dos Dois Congressos, às 16h. Sob calor incomum de 31º C, a CGT desfrutou de pelo menos uma vitória conseguiu reunir os cerca de 50 mil trabalhadores que prometera. Em frente a um painel com os perfis do ex-presidente Juan Domingo Peron e de sua mulher, Evita, o presidente da CGT, Gerardo Martínez, desfiou críticas. "Há funcionários deste governo que não compreendem que governar significa gerar emprego", afirmou, referindo-se a Cavallo. Em 35 minutos de discurso, Martínez se referiu ao ministro como um tecnocrata arrogante, que concentra as decisões econômicas. O discurso foi considerado brando pela CTA e MTA, cujos líderes deixaram o palanque antes que Martínez terminasse sua fala. A polícia mobilizou 12 mil homens para a patrulha e 1.500 veículos. A própria CGT organizou uma tropa de segurança com 500 de seus militantes para o comício. Texto Anterior: Saldo cambial fica positivo com exportações Próximo Texto: Japão eleva limite de garantia Índice |
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