São Paulo, sábado, 9 de setembro de 1995
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Deputados devem disputar prefeitura

Câmara prevê 'queda de produção'

CARLOS MAGNO DE NARDI
DA REPORTAGEM LOCAL

Pelo menos 30 dos 70 deputados federais (42,8%) da bancada do Estado de São Paulo são potenciais candidatos a prefeito nas eleições de 1996.
Todos eles pretendem disputar pelo menos as convenções partidárias municipais que oficializarão as candidaturas.
Nenhum dos "candidatos a candidato", porém, confirma a pretensão, temendo um desgaste prematuro de seus nomes.
Isso ocorre até com aqueles que já começam a montar suas estruturas de campanha, caso de Marco Abi Chedid (PSD), virtual candidato em Campinas.
O partido com maior número de deputados que podem disputar as convenções em São Paulo é o PMDB (veja quadro acima), a maior bancada na Câmara.
A Folha apurou que o nome preferido da bancada peemedebista para disputar a eleição paulistana é o ex-ministro Alberto Goldman.
Pelo PSDB, pelo menos dois deputados gostariam de disputar a Prefeitura de São Paulo: Celso Russomanno e Zulaiê Cobra. Para viabilizar seus nomes no PSDB, porém, terão de enfrentar deputados estaduais como Walter Feldman e Ricardo Tripoli ou secretários do governo Covas.
O PT já tem pelos menos dois possíveis candidatos no ABCD. Os deputados José Augusto e Celso Daniel devem disputar em Diadema e Santo André, respectivamente.
Mas é no interior do Estado que a maioria dos deputados federais pretende disputar as eleições. Dos 30 deputados que desejariam se tornar prefeitos, 16 são do interior ou do litoral.
Um dos casos é Antonio Pannunzio, apontado pelos tucanos como o candidato "natural" em Sorocaba.
Também deputados que gostariam de se eleger prefeitos. Dois deles seriam reeleitos, Telma de Souza, em Santos, e José Machado, em Piracicaba.
Outro petista com pretensões de se candidatar no interior é Luciano Zica. "Gostaria muito de ser prefeito de Campinas, só não sei se já é a hora de discutir isso", diz.

Legislação
Pelo Regimento Interno da Câmara, os deputados não precisam deixar suas funções para disputar as eleições municipais.
Fernando Saboia, assessor jurídico da secretaria geral da Câmara, diz que tanto deputados quanto senadores podem permanecer no Legislativo.
Eles só passam a ser substituídos pelos suplentes caso sejam eleitos e empossados.
O regimento não prevê, mas existe a possibilidade de afastamento por meio de um pedido formal de licença. A iniciativa, porém, depende do próprio parlamentar.
Queda de produção
O primeiro vice-presidente da Câmara, deputado Ronaldo Perim (PMDB-MG), diz que a partir de junho de 96 o Legislativo federal deve enfrentar uma "queda de produção".
"Os deputados, mesmo os que não são candidatos, devem permanecer mais tempo em suas regiões para participar ativamente das campanhas", diz.
Segundo ele, a Câmara terá de buscar alternativas para o "esvaziamento" dos trabalhos.
Ele sugere uma intensificação das votações no primeiro semestre ou a suspensão do recesso parlamentar no final do ano.

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