São Paulo, sábado, 9 de setembro de 1995 |
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Médico ignora sexualidade, dizem especialistas
AURELIANO BIANCARELLI
"Os ginecologistas fazem seis anos de medicina e dois de especialização e saem sabendo de sexo tanto quanto o quitandeiro da esquina", diz Nelson Vitiello, 54, presidente da Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana (Sbrash). Segundo ele, poucas faculdades de medicina no Brasil têm cursos de sexualidade e apenas na pós-graduação. Malcolm Montgomery, presidente da Comissão Nacional de Psicossomática da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, diz que o "médico brasileiro é um dos menos preparados do mundo para lidar com a sexualidade de suas pacientes". Segundo ele, a maioria dos médicos não sabe como funciona o desejo e o prazer na mulher. "A gravidez, para muitos, é vista como um ato assexuado. Os médicos aprenderam a tratar a doença, não sabem lidar com temas como orgasmo, aborto ou menopausa." As disfunções sexuais e como elas são tratadas foram temas do 4º Congresso Norte-Nordeste de Reprodução Humana, que aconteceu nesta semana em Salvador (BA). Disfunções sexuais são distúrbios que homens e mulheres apresentam em alguma fase da relação sexual. Segundo a Sbrash, 35% dos homens e 60% das mulheres têm alguma disfunção sexual. Newton Eduardo Busso, 46, presidente do Comitê de Reprodução Humana da Associação Paulista de Medicina (APM) e professor da Santa Casa de São Paulo, diz que a maioria das disfunções sexuais das mulheres está ligada à desinformação. O jornalista AURELIANO BIANCARELLI viajou a convite da Johns Hopkins University Texto Anterior: Moradora não obteve benefício Próximo Texto: Pesquisa conclui que médicos têm preconceito Índice |
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