São Paulo, sábado, 9 de setembro de 1995
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Mutuários sacam R$ 550 mi do FGTS

VIVALDO DE SOUSA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os mutuários do SFH (Sistema Financeiro de Habitação) utilizaram R$ 550 milhões de recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para pagamento de prestações e compra da casa própria entre janeiro e julho de 95.
A média mensal neste período foi de R$ 78,5 milhões -contra R$ 40 milhões no mesmo período do ano passado.
A avaliação da CEF (Caixa Econômica Federal) é que aumentou o uso de recursos para esta finalidade porque cresceu o número de construtoras que passaram a aceitar o pagamento da poupança (parcela antes do financiamento) com o FGTS, como forma de facilitar a venda dos imóveis.
Entre janeiro e julho, os depósitos no FGTS superaram os saques em R$ 645 milhões. Os saques feitos por trabalhadores demitidos sem justa causa somaram R$ 4 bilhões e é explicado, em parte, pelo aumento das demissões feitas na indústria devido à redução da atividade econômica.
A CEF lança na próxima semana um projeto piloto em Curitiba (PR) para reduzir o prazo de depósitos nas contas do FGTS recolhido pelas empresas. Hoje, o recolhimento pode ser feito até o dia 7 do mês seguinte ao trabalhado, mas o saldo das contas só é corrigido no dia 30 do mês de depósito.
A intenção da CEF é que os depósitos estejam na conta de cada trabalhador no dia 8, um dia após a empresa efetuar o recolhimento. Com isso, quem sacar seu FGTS entre o dia 8 e 30 do mês não ficará com resíduo. Isso acontece hoje e o trabalhador acaba voltando à agência para sacar esse resíduo.
A Folha apurou que a limpeza no cadastro de contas do FGTS deve ficar concluída até o final do mês. Esta limpeza permitirá que a CEF inicie a distribuição do cartão do trabalhador em todo o país.
O cartão do trabalhador permite que as pessoas obtenham, em qualquer agência da CEF, o saldo da sua conta. Hoje, o cartão do trabalhador está sendo testado em Brasília para serem corrigidas eventuais falhas.
A idéia do presidente da CEF, Sérgio Cutolo, é implantar o cartão do trabalhador em todo o país até janeiro de 1996. Também estão sendo estudados mecanismos para reduzir a sonegação do FGTS e, portanto, aumentar sua arrecadação -que ficou em R$ 5,4 bilhões entre janeiro e julho deste ano.

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