São Paulo, sábado, 9 de setembro de 1995
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BC continuará segurando o consumo

CARLOS ALBERTO SARDENBERG
DA REPORTAGEM LOCAL

As últimas informações que chegaram às mãos do presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, indicam que a inflação deve ser de 1,5% ao mês, no último quadrimestre do ano, tomando-se a média dos principais índices.
Com isso, estará garantida uma inflação de 25% no ano, resultado positivo nesta altura do Plano Real. Além disso, projetando-se os números previstos para o último quadrimestre, chega-se a uma inflação anual abaixo dos 20%.
Ressalvando que o BC não se compromete com essas previsões, Loyola observa que os prognósticos sobre inflação melhoraram muito na última semana.
Mas não se pode concluir daí que o BC vai abandonar o arrocho e passar a aliviar as restrições ao crédito ao consumidor.
Antes disso, o BC segue na política de redução de juros e diminuição da quantidade de dinheiro que os bancos têm que deixar parado no BC, na conta dos depósitos compulsórios.
Esses compulsórios, segundo Loyola, já chegaram a R$ 42 bilhões, dinheiro que os bancos, em condições normais, estariam usando para empréstimos.
Foi um brutal arrocho monetário. Esses R$ 42 bilhões equivalem a quase a totalidade do dinheiro depositado na caderneta.
Nos últimos 45 dias, o BC vem reduzindo esses compulsórios e devolveu aos bancos entre R$ 10 bilhões e R$ 11 bilhões. Continuam, portanto, pelo menos R$ 31 bilhões, ainda um arrocho forte.
Segundo Loyola, os compulsórios terão nova redução "quando necessário". Mas para já, o BC considera tranquila a situação do sistema bancário, depois do susto com a intervenção no Econômico. Acha que já atendeu as necessidades dos bancos menores.
Novas reduções no compulsório, portanto, só seriam aplicadas com o objetivo de se reestimular a atividade econômica. Mas o BC não aceita a tese de que o país está em recessão.
Para o BC, a economia está em desaquecimento, mas continua crescendo em relação a 94. E crescendo muito em diversos setores.

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