São Paulo, sábado, 9 de setembro de 1995
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Lésbicas interrompem conferência da ONU

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Cerca de 20 lésbicas abriram ontem uma faixa roxa de sete metros na sessão da Quarta Conferência Mundial da Mulher, em Pequim, e causaram a interrupção da reunião.
A faixa dizia "Direitos das lésbicas são direitos humanos", e foi colocada no balcão do plenário. Em um minuto, os seguranças da ONU expulsaram as lésbicas da reunião e rasgaram a faixa.
Testemunhas disseram que a canadense Allison Bremer, do grupo das 20 lésbicas, foi presa por se negar a sair do plenário. Autoridades da ONU negaram a detenção.
As lésbicas foram um dos grupos mais ativos no fórum das organizações não-governamentais (ONGs), que terminou ontem em Huairou, a 55 km de Pequim. A reunião oficial da ONU sobre a mulher começou no dia 4 de setembro e seguirá até o dia 15.
As lésbicas também tiveram panfletos apreendidos pela China na reunião das ONGs.
A polícia chinesa prendeu ontem um grupo de três jornalistas da emissora TVB, de Hong Kong (território britânico), depois de uma briga com funcionários chineses. Eles foram retirados da conferência e levados a uma delegacia por policiais à paisana. Foram liberados em seguida.
A Anistia Internacional entregou petição com 5.000 assinaturas pelos direitos da mulher a cinco embaixadas em Pequim, entre elas a do Brasil.
O comitê da ONU que vigia a Convenção contra a Discriminação da Mulher disse que os textos que estão sendo discutidos na conferência não garantem o cumprimento desse acordo, e que a Plataforma de Ação, discutida na conferência, despreza vários direitos.
A líder da delegação chinesa na conferência defendeu a política do país de restrição ao número de filhos. "A política populacional é uma questão de soberania", disse Chen Muhua. As famílias chinesas são incentivadas a terem apenas um filho.

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