São Paulo, sábado, 9 de setembro de 1995
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França põe Exército na rua contra terror

VINICIUS TORRES FREIRE
DE PARIS

A França colocou ontem as Forças Armadas nas ruas de Paris para tentar proteger a cidade de novos atentados terroristas. A iniciativa faz parte do plano "Vigipirate", de luta antiterrorista.
O "Vigipirate" foi ativado no final da noite de anteontem, depois que a explosão de um carro-bomba feriu 14 pessoas diante de uma escola judaica na região de Lyon (sudeste da França).
Foi o sexto atentado (ou tentativa) na França em sete semanas. Sete pessoas morreram e outras 121 ficaram feridas nas explosões.
Cerca de 1.800 soldados vão vigiar aeroportos, estações de trem, locais de grande concentração de pessoas e postos de fronteira, 400 dos quais em Paris.
No final da tarde de ontem, soldados da Marinha, armados de fuzis, patrulhavam a região da Torre Eiffel. Os soldados estiveram, há pouco tempo, na Bósnia.
O plano antiterrorista prevê ainda policiamento obrigatório e proibição de estacionar diante de escolas e outras instalações estatais ou públicas (administração de telefones, eletricidade, gás, correios e ministérios), além de vigilância especial de locais turísticos.
O plano não funcionou muito bem no seu primeiro dia. Repórteres de rádio foram a escolas de Paris verificar a implantação das medidas do governo. Faltaram policiais e sobraram carros estacionados diante dos prédios.
Serão também multiplicadas as checagens de identidade e veículos. O acordo de Schengen (tratado entre sete países da União Européia), que prevê a livre circulação pelas fronteiras nacionais, foi provisoriamente suspenso pelo governo francês -que nunca chegou a aplicá-lo integralmente.
O "Vigipirate" já havia sido empregado durante a onda terrorista de 1985-86 e durante a Guerra do Golfo (1991).
A polícia francesa confirmou ontem que a bomba que explodiu em Lyon, no porta-malas de um carro roubado, foi construída com um botijão de gás cheio de pregos e porcas.
Quatro das bombas deste ano foram construídas assim. As bombas são semelhantes às nos atentados do Grupo Armado Islâmico (GIA) na Argélia.
O GIA reúne grupos guerrilheiros fundamentalistas islâmicos que combatem o governo argelino, o qual dizem apoiado pela França.

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