São Paulo, domingo, 10 de setembro de 1995
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Ação de traficantes no Rio deixa 10 mortos

AZIZ FILHO
SILVIA NORONHA

AZIZ FILHO; SILVIA NORONHA
DA SUCURSAL DO RIO

Dez pessoas morreram em um confronto entre traficantes rivais na madrugada de ontem durante um baile funk no largo do morro do Turano, no Rio Comprido (zona norte do Rio).
Nove dos dez corpos foram abandonados em dois carros, um Voyage e um Monza, em frente à igreja de São Pedro, na avenida Paulo de Frontin. Entre os mortos, há uma menina de 11 anos. O último corpo foi achado de manhã.
Inicialmente, a polícia acreditou tratar-se de uma chacina, em que traficantes haviam executado frequentadores do baile funk.
No final da tarde, o secretário da Segurança, Nilton Cerqueira, deu entrevista coletiva em que classificou o episódio de um confronto entre quadrilhas.
Segundo Cerqueira, cerca de 20 homens, liderados pelo traficante Celso Murilo, atacaram o baile para tentar assumir o tráfico no local, controlado hoje por outro traficante, o Playboy. Ambos são do Comando Vermelho.
O ataque ocorreu, segundo moradores, entre 1h30 e 2h. O grupo de Murilo, armado com fuzis e metralhadoras, chegou atirando em várias direções.
Segundo o secretário, a quadrilha de Playboy, já preparada para o ataque, revidou e matou vários dos invasores. Murilo teria fugido.
A maioria dos corpos ainda não foi identificada, mas Cerqueira disse acreditar que, com exceção de Tatiane Melhoranza, 11, todos os mortos eram ligados ao tráfico.
Tatiane e sua irmã, Rosana, 15, que está grávida e foi ferida no tiroteio, teriam sido utilizadas como escudos durante o confronto.
Até o final da tarde de ontem, outras três vítimas fatais haviam sido identificadas: o soldado páraquedista Quelison Atanásio, 22, Gustavo Alves Ferreira, 19, e Jorge Luís do Espírito Santo, 25.
Além de Rosana, pelo menos três pessoas ficaram feridas: Tatiana Veloso da Silva, 15, Valquíria Luiz dos Santos, 12, e Augusto José Rodrigues da Silva, 17.
A polícia ainda encontrou ontem três corpos na estrada do Sumaré, próximo ao Turano. Segundo a perícia, dois deles estavam no local havia quatro dias e o terceiro, havia dez dias.

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