São Paulo, domingo, 10 de setembro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

20 participaram das mortes, dizem testemunhas

SILVIA NORONHA
DA SUCURSAL DO RIO

Testemunhas da chacina do morro Turano (Tijuca, zona norte) disseram que ela contou com a participação de pelo menos 20 homens. O grupo não usava capuzes para esconder os rostos.
No baile havia mais de 300 pessoas, a maioria adolescentes. O tiroteio durou cerca de 40 minutos.
Segundo testemunhas, parte dos invasores entrou pela rua principal do Turano e a outra parte do grupo chegou por uma das vielas.
Desta forma, eles cercaram o largo onde acontecia o baile. Logo após a chacina, nove corpos foram colocados em dois carros que foram abandonados na avenida Paulo de Frontim.
Nilvado Pereira do Nascimento, 17, foi reconhecido no local por familiares. Ele teria tentado fugir dos assassinos mesmo estando ferido. Ele correu cerca de 500 metros, mas foi executado no quintal de uma casa.
Parentes do rapaz que não quiseram se identificar contaram que Nascimento havia sido libertado anteontem do Criam (Centro de Reabilitação Infantil), de Bangu. Antes ele esteve detido no Instituto Penal Padre Severino, na Ilha do Governador (zona norte).
Segundo os peritos que estiveram ontem no morro, nove dos dez mortos receberam tiros de fuzil AR 15 e AK 47. Somente Tatiane Melhoranza, 11, teria sido baleada por arma de calibre 9mm.
O delegado adjunto, da 6ª DP (Delegacia de Polícia), José Raphael Macedo de Oliveira, 51, afirmou que pelas características da chacina, ela foi motivada por guerra de traficantes de quadrilhas rivais.
Ainda segundo o policial, o baile funk acontece todas as sextas-feiras, promovido pelo tráfico local.

Texto Anterior: Chacina em morro do Rio deixa 10 mortos
Próximo Texto: César Maia culpa governo
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.