São Paulo, domingo, 10 de setembro de 1995
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Próxima temporada será melhor para brasileiros

EMERSON FITTIPALDI

Com a corrida de hoje em Laguna Seca, chegamos ao final da Indy-95.
Para mim, foi uma temporada muito difícil, a mais difícil da minha carreira na Indy. Trabalhei com um carro sensível, duro para acertar, um carro que não estava bom. Às vezes, até acertava e andava bem, mas geralmente não foi assim.
Mesmo hoje, aqui em Laguna, não acho que eu vá andar muito bem. O carro esteve muito difícil nos treinos e na classificação.
Já estou pensando em 96. Começar um novo ano, com um carro novo, uma esperança nova. Já me imagino testando no circuito novo de Homestead, perto de Miami, e também no Brasil, no circuito oval que será construído no Rio de Janeiro, onde teremos a primeira prova da Indy no nosso país.
O campeonato de 95 foi muito disputado. Não digo que foi o mais disputado que já vi aqui, mas foi o mais competitivo em relação ao grid de cada corrida.
Senti muita dificuldade na classificação. Para o meu estilo de pilotagem, que é um estilo limpo, o Penske não estava bom. Eu não consigo entrar nas curvas com o carro muito instável. Isso não se adapta ao meu estilo. Por isso, espero poder trabalhar muito no inverno aqui do hemisfério norte, acertar o carro para o ano que vem e, dessa forma, ter uma temporada muito melhor do que a que eu tive este ano.
Ainda falando do campeonato, se o Jacques ganhar o título, ele terá merecido porque ele foi o corredor mais constante.
Pilotou de uma maneira brilhante, muitas vezes sob pressão. Às vezes, esteve numa posição secundária, para trás, e se controlou para pegar pontos no campeonato. Poderia ter arriscado e perdido tudo.
Ele usou a cabeça e mostrou que, com 24 anos, tem uma maturidade muito grande, maior que a do pai. Jacques tem a velocidade de Gilles com uma cabeça mais sensata nas situações adversas.
Já para nós, brasileiros, este foi um ano muito bom dentro da Indy. Acho que marcamos uma presença muito forte. Todos impressionaram bastante e criaram uma boa expectativa em relação à imprensa norte-americana e à imprensa internacional.
E essa expectativa será transferida para 96. Teremos chances maiores de andar bem pela experiência que os brasileiros tiveram no primeiro ano, principalmente os estreantes.
Agora que todos já conhecem as pistas, estarão mais familiarizados com o acerto do carro, das marchas, do câmbio, o que é diferente para cada circuito. Potencialmente, será, sem dúvida, um ano melhor para nós.

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