São Paulo, terça-feira, 12 de setembro de 1995
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Rio anuncia investimento do BID e Bird para saneamento do Banerj

DA SUCURSAL DO RIO

O governo do Rio vai usar recursos do Bird (Banco Mundial) e do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) para capitalizar o Banerj (Banco do Estado do Rio de Janeiro) como passo para sua privatização.
Segundo o secretário de Planejamento do Estado, Marco Aurélio Alencar, que esteve nos Estados Unidos semana passada negociando recursos com o Banco Mundial, o empréstimo deve ter "um piso de US$ 300 milhões", podendo ser maior.
Uma missão dos dois bancos deve visitar o Rio nas próximas semanas para discutir o assunto.
Segundo o secretário, os recursos não serão exclusivamente para o banco. "São três projetos: a privatização do Banerj, as outras privatizações do Estado e a reforma administrativa."
O secretário, que é filho do governador Marcello Alencar (PSDB), disse que os recursos não serão utilizados para abater a dívida do Estado com o banco, que é de US$ 370 milhões.
"A dívida pode ser negociada e ter seu perfil alongado sem problemas", disse. "Os recursos serão utilizados para capitalizar o banco."
Ele disse não saber quanto será necessário para o Banerj, porque a definição vai depender dos resultados da terceirização do banco.
No início de outubro será publicado um edital para uma concorrência que vai definir que empresa vai assumir a administração do Banerj e, em um ano, sanear suas finanças.
Depois de saneado, o banco seria privatizado segundo o plano do governo estadual. A empresa que o administrou não pode participar da privatização.
O secretário acredita que, com a administração privada, o banco deverá reduzir seus custos e, em consequência, necessitar de menos recursos para sua capitalização.
Segundo ele, uma das vantagens do empréstimo é que ele é feito por uma linha especial, o State Reform Loan (empréstimos para reforma do Estado) que não exige contrapartida nacional.
Alencar disse que a experiência da privatização dos bancos provinciais (estaduais) argentinos vai ser utilizada pelo Banerj.
"Assim como na Argentina, o Estado vai manter suas contas no Banerj e o banco vai ser mantido como recolhedor de impostos", disse Alencar que afirmou também que a privatização será aberta aos investidores estrangeiros.
"Eles não têm interesse de ter o controle, mas querem participar minoritariamente", disse. Alencar afirmou também que já está afastada a hipótese de o governo do Rio ter ações com direitos especiais de veto a decisões dos acionistas majoritários.

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