São Paulo, terça-feira, 12 de setembro de 1995
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Saldo combina arrocho e menores despesas

CARLOS ALBERTO SARDENBERG
DA REPORTAGEM LOCAL

O saldo de caixa do governo federal está sendo obtido, nos últimos anos, com uma combinação de brutal aumento de arrecadação com um crescimento da despesa muito menor.
É um arrocho porque os gastos continuam inferiores às necessidades do serviço público.
A despesa que mais cresceu foi a de salários do funcionalismo e de aposentados. Esse crescimento se faz sobre os níveis de 1991 e 1992, no governo Collor, que impôs o mais forte arrocho no salário do funcionalismo.
Como os critérios são vagos, resultou daí um processo de reajustes salariais em cadeia, com uma categoria sempre tendo outra próxima para pedir equiparação.
O atual governo deu por encerrada a isonomia, com o que, no próximo ano, a despesa salarial vai crescer apenas por conta do reajuste anual.
Já as despesas com custeio e investimentos cresceram apenas 14%, de 1995 sobre 1993. De uma média mensal de R$ 943 milhões para R$ 1,07 bilhão.
E quase todo esse aumento está concentrado na saúde, cujo Orçamento estava claramente defasado.
Finalmente, todo esse controle de gastos se faz para pagar a conta de juros. O que mostra a importância da privatização e das reformas constitucionais propostas pelo governo federal.
A privatização tem o objetivo básico de abater a dívida histórica do governo federal e, assim, reduzir a conta de juros. As reforma têm o objetivo de organizar e reduzir as despesas gerais do governo.
Enquanto isso não se faz, o governo fica a pão e água e a sociedade paga os impostos.
(CAS)

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