São Paulo, terça-feira, 12 de setembro de 1995
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Sobreviventes não confirmam versão

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

A versão sobre a chacina do morro do Turano apresentada à Folha por dois sobreviventes se choca com as conclusões apresentadas pela 18ª DP.
Internado em enfermaria do hospital Souza Aguiar (centro do Rio), Augusto Rodrigues, 18, disse que, durante o baile funk, vários homens armados "subiram no morro e começaram a atirar na multidão".
Rodrigues foi baleado no peito. O tiro perfurou o pulmão direito, diafragma e baço do rapaz, que sofreu hemorragia interna. Ele se recupera de uma cirurgia abdominal.
Rodrigues disse que não estuda nem trabalha. "Em janeiro, vou para o Exército", disse ele, que mora no Lins (bairro da zona norte), mas frequenta o baile do Turano.
Também internada no Souza Aguiar, Tatiane Veloso da Silva, 14, teve o tórax atingido por uma bala, que lesionou pulmão direito, diafragma e fígado. A adolescente não estuda nem trabalha.
Tatiane disse que, ao chegar ao baile, já havia confusão. Muitos invasores, segundo ela, já estavam no largo onde ocorria o baile.
"Vi um garoto com a pistola na cabeça de outro. Aí começaram os tiros. Nem cheguei a dançar. Um garoto me puxou pela mão, corri, mas o tamanco virou e eu caí. Levei um tiro e um garoto caiu morto em cima de mim", disse ela.
No hospital, também está internada Rosana Melhorança, 15, grávida de cinco meses. Ele tem estilhaços de bala no crânio. Um tiro destroçou seu ombro direito, submetido a cirurgia. Segundo o hospital, ela não deve perder o bebê.
(ST)

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