São Paulo, terça-feira, 12 de setembro de 1995
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Demissão bate recorde no Real

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

A indústria paulista cortou em agosto 57.632 vagas, o pior resultado do Real e o segundo pior desde dezembro de 1990, quando teve início a pesquisa de emprego.
O número é o dobro do resultado de julho e representa quase 80% dos cortes no ano.
Boris Tabacof, diretor do Departamento de Economia da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), disse que esse resultado mostra que o desaquecimento da economia atingiu um "ritmo indesejável".
O nível de emprego caiu 2,51% em agosto. No ano, a queda acumulada é de 3,11%, significando o fechamento de 72.394 postos de trabalho pela indústria paulista.
O recorde de demissões mensais (122.911), de acordo com a série histórica da Fiesp, é janeiro de 1991 quando a taxa recuou 4,24%.
Em 12 meses, o nível de emprego registra retração de 1,30%, com corte de 29.884 vagas.
"Não é possível um país não oferecer financiamento para o consumo de bens duráveis e semi-duráveis". disse Tabacof.
Para a Fiesp, as medidas de contenção do consumo já deram os resultados esperados pelo governo.
Horacio Lafer Piva, diretor do Departamento de Pesquisas da Fiesp, disse que não há por que não flexibilizar a taxa de juros.
"A queda acelerada do emprego industrial é um custo social desnecessário do Plano Real", afirmou.

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sobre emprego na pág. 2-2

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