São Paulo, quarta-feira, 13 de setembro de 1995
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Empresários e sindicalistas lançam manifesto

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

Entidades representando empresários e trabalhadores reunidas ontem em São Paulo decidiram lançar um manifesto ao governo intitulado "Reformas Sim, Recessão Não".
Mais de 40 entidades decidiram chamar os ministros da Fazenda, Pedro Malan, do Planejamento, José Serra, e da Agricultura, José Eduardo de Andrade Vieira, para discutir as propostas publicamente em São Paulo.
Caso os ministros se recusem a comparecer e o governo, a negociar, as entidades pretendem realizar um grande ato de protesto.
Durante café da manhã na Associação Comercial de São Paulo, ficou definido também que os técnicos de cada uma das entidades vão elaborar propostas comuns que levem ao desenvolvimento econômico do país mas sem inflação.
As entidades pedem uma reforma tributária "ampla" e medidas urgentes para reverter o quadro recessivo, como a eliminação do compulsório sobre empréstimos e das restrições ao crediário e ao consórcio, além de destinação de recursos à agricultura e mudança nas regras imobiliárias.
O presidente da Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos), Maurício Schulman, presente ao café da manhã, concordou com a necessidade de redução dos juros e frisou que "além do compulsório sobre empréstimos bancários, há inúmeros impostos que hoje oneram os clientes. E o sistema financeiro vive da saúde de seus clientes".
O presidente da Confederação Nacional da Indústria, Mário Amato, destacou a necessidade de empresários e trabalhadores, juntos, buscarem o aumento dos investimentos em habitação para a geração de empregos.
"O governo é composto de pessoas dignas, eleitas democraticamente. Temos excelentes especialistas, mas precisamos um clínico geral", disse Amato.
Heiguiberto Guiba Navarro, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABCD, que representou a CUT no café, convocou as entidades presentes a participarem de ato da central no dia 29 próximo, na praça da República, parte do movimento "Brasil, Cai na Real".
Ele afirmou que a CUT está disposta a "abrir mão de sua individualidade" para participar com as demais entidades do movimento.
O presidente da CUT, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, não foi convidado para o evento.
A Força Sindical disse que concorda participar do ato da CUT, no dia 29, desde que as demais entidades também aceitem. "Não queremos fazer mais movimentos isolados", afirmou o diretor da Força Sindical e presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.

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