São Paulo, quarta-feira, 13 de setembro de 1995
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Laudo faz delegado pedir prisão preventiva de suspeito de agressão

RODRIGO BERTOLOTTO
DA REPORTAGEM LOCAL

O delegado do caso Pacaembu, Sérgio Alves, divulgou ontem o laudo do Instituto Médico-Legal feito em Márcio Gasparin da Silva, única vítima fatal da briga de torcidas, dia 20 de agosto.
Segundo o documento, a causa da morte do torcedor são-paulino de 16 anos foi traumatismo cranioencefálico, ou seja, uma lesão no cérebro.
O crânio de Márcio apresentava uma fratura de oito centímetros de extensão no osso occipital, situado na região da nuca.
O laudo relata que a fratura foi causada "pela ação de um agente contundente", o que poderia ser tanto um golpe com um pau ou uma pedrada.
Além dessa fratura, o crânio apresentava um "extenso hematoma na região parietal", isto é, a parte lateral do crânio.
Para o delegado Sérgio Alves, a fratura na região da nuca apresentada no laudo médico "vai de encontro" com as imagens da agressão feita pelo acusado Adalberto Benedito dos Santos, que foi indiciado por homicídio.
"Adalberto alegou que a paulada dada em Márcio foi no ombro, mas o laudo mostra que não há nenhum hematoma no local", disse o delegado.
Alves quer associar o documento às imagens de TV que mostram a sequência de agressões que Márcio sofreu no conflito entre palmeirenses e são-paulinos.
O laudo do IML demorou a ser pedido pela polícia.
Márcio Gasparin da Silva morreu dia 28 de agosto e o documento só foi pedido pela polícia dia 8 de setembro.
Com essa nova informação, o delegado encarregado vai pedir ao Ministério Público ainda nesta semana a prisão preventiva de Adalberto, que está detido temporariamente há duas semanas.
Segundo Alves, os outros envolvidos na agressão a Márcio "são prioridade nas buscas feitas pela polícia".
"A polícia está próxima de identificar o torcedor que derrubou Márcio, antes dele ser golpeado por Adalberto", afirmou.
A Folha não conseguiu localizar o advogado de Adalberto, Valdemir Campanhã, que está baseando a defesa de seu cliente na multiplicidade de agressores.
Ontem, na Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa, departamento que está cuidando do caso, foi indiciada por rixa (desordem) a são-paulina Cristiane Aparecida Leite, de 19 anos.
Cristiane é integrante da Falange Tricolor há cinco meses e foi identificada a partir de imagens de televisão onde ela aparece segurando um pedaço de bambu.
Ela é a 18ª pessoa a ser indiciada no caso Pacaembu.
Hoje, deve ser indiciado o torcedor palmeirense João Roberto Roisse Gobatto, filho de um ex-dirigente do Palmeiras.

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