São Paulo, quarta-feira, 13 de setembro de 1995
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Cultura do interior é tema de 'Buena Sorte'

ROBERTO DE OLIVEIRA
DA FOLHA NORDESTE

Um Brasil rural rico, sofisticado, informatizado, em que a modernidade tomou o lugar do caipira é o tema de estréia em longa-metragem da cineasta Tânia Lamarca em seu "Buena Sorte".
Autêntico "western" nacional, o filme começou a ser rodado no mês passado em Barretos (438 km a noroeste de SP) e Uberaba (MG) e promete chegar às telas de cinemas no ano que vem.
Orçado em R$ 1,7 milhão, a aventura saiu do papel -depois de quatro anos de persistência da cineasta- graças à aplicação da Lei Audiovisual de incentivos fiscais (lei federal nº 8685/93).
A cultura country explorada por Tânia, diretora e roteirista, tem como tônica uma aventura romântica sertaneja protagonizada pelo ator Marcos Palmeira.
Familiarizado com personagens "western", que conquistaram fama em novelas da TV, Palmeira é Edgar, um criador de cavalos quarto de milha, que esconde uma tragédia envolvendo o pai e renega a herança da família.
Traição, lealdade, mistério e paixão compõem de forma ágil e divertida "Buena Sorte", sob a influência da cultura country norte-americana misturada aos costumes interioranos do Brasil.
Tânia usa a história de um jovem treinador de cavalos para enaltecer o caubói chique ambientado em um pedaço do país desconhecido das grandes metrópoles.
Para envolver o público à trama, Edgar (Palmeira) se apaixona pela filha de um fazendeiro, dono do rancho onde o caubói trabalha, vivendo num trailer.
Zorro e Tex Willer saem das páginas das aventuras do "western" de quadrinhos para temperar com humor essa vida rural endinheirada. Um dos personagens se veste de Zorro, herói-símbolo da geração da cineasta, para combater as injustiças do faroeste tupiniquim.
Urubu (Sílvia Buarque) trabalha como frentista de um posto de gasolina. Nunca pisou na capital, mas faz questão de andar com um celular. Ainda no elenco Gracindo Júnior, Tadeu Aguiar, Karina Barum e Kátia Bronstein.

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