São Paulo, quinta-feira, 14 de setembro de 1995![]() |
![]() |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
PPR e PP se fundem e querem ministério
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O PPR e o PP oficializam hoje sua fusão. Ontem, os dois partidos fizeram convenções em separado e ratificaram o processo para a criação de um novo partido.A legenda nasce sob o estímulos do presidente Fernando Henrique Cardoso, interessado em diminuir a dependência do governo em relação ao PFL nas votações do Congresso Nacional. Há duas semanas, em reunião com a bancada dos dois partidos, o presidente assumiu a condição de padrinho da fusão. PRP adere O novo partido vai incorporar ainda o PRP, que tem um único representante no Congresso. Ao todo, a nova legenda nasce com 85 deputados e 9 senadores. Com esse número de parlamentares, o partido será a terceira bancada da Câmara, atrás apenas do bloco PFL-PTB (123 deputados) e do PMDB (103 deputados). A fusão foi ratificada pelas convenções depois de uma intensa negociação para divisão de cargos no novo partido. Por exigência do PP, o líder do PPR na Câmara, deputado Francisco Dornelles (PPR-RJ), concordou em renunciar a essa função no novo partido em favor do deputado Odelmo Leão (PP-MG). Dornelles sofreu desgaste nos últimos dias por defender a inclusão no projeto de lei que regulamentará as eleições de 96 a garantia de que houvesse sigilo dos nomes dos doadores de campanhas. A exigência provocou descontentamento no PPR, mas deu força também a um movimento que cresce entre os parlamentares do novo partido para que Dornelles vire ministro num eventual remanejamento de ministérios. O deputado, na verdade, é tido como virtual candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro Cargos Embora os líderes da fusão jurem que não exigirão cargos de FHC, o senador Esperidião Amin (PPR-SC), que deve presidir o novo partido, disse que a premiação com o ministério por parte do governo será "um desdobramento lógico" da rearrumação da base governista no Congresso. "Eu, se fosse o presidente, quereria esse novo partido no ministério, e o Dornelles tem currículo e biografia para ocupar qualquer cargo público nesse país", disse. As negociações para divisão de cargos foram intermediadas pelo prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, apontado como um dos prováveis candidatos à sucessão de Fernando Henrique. Pelo acordo firmado ontem, o PP deverá ficar com o líder no Senado, Bernardo Cabral (AM), e com o secretário-geral, deputado Benedito Domingos (DF). Amin preside O PPR ficará com a presidência (Amin) e a primeira vice-presidência, que caberá ao deputado Delfim Netto (SP). O processo de fusão foi aprovado por 191 votos contra 24 na convenção do PPR e por 115 contra 12 na convenção do PP. O nome do novo partido será escolhido hoje, por eleição, na convenção conjunta das duas legendas que se fundem. As preferências ontem se dividiam entre PPB (Partido Progressista Brasileiro) e pela manutenção da sigla PPR (Partido Progressista Renovador) ou, simplesmente, PP (Partido Progressista). Texto Anterior: Funcionário tenta o suicídio na Câmara Próximo Texto: Candidatura Goldman não anima PMDB Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |