São Paulo, quinta-feira, 14 de setembro de 1995 |
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Álbum integrado eleva a qualidade dos músicos
ANA MARIA BAHIANA
A banda alterna compassos mais de uma vez em várias das faixas ("Warped, a primeira faixa de trabalho, é exemplo mais notável), cantos religiosos (ou algo muito parecido) enfeitam o arranjo de "Falling Into Grace, e surge até uma cuíca em "Walkabout. Mas que os velhos fãs dos Peppers -aqueles que se encantaram justamente com o funk debochado e vigoroso da banda -não percam o sono: ainda há vestígios da velha assinatura musical dos Peppers em músicas como "Shallow Be Thy Games. No entanto, dentro do contexto de "One Hot Minute", esses momentos são tão nostálgicos quanto deslocados -e embaraçosos, diante do avanço pelo qual a banda passou desde a entrada do guitarrista Dave Navarro. Mais notável de tudo é a maneira como "Minute" enfatiza o trabalho dos instrumentistas da banda. Eles parecem dispostos a mostrar que é capaz de muito mais que funk juvenil -mesmo porque o tempo disso já passou, como fica dolorosamente óbvio nas poucas ocasiões em que a banda tenta voltar a sua fórmula. Ironicamente, com a entrada de Navarro, a qualidade dos músicos da banda subiu: raríssimas vezes Flea e Chad tocaram com tanto esmero e dedicação. Enquanto isso, Anthony Kiedis - graças à fraqueza de suas letras e a sua limitadíssima capacidade vocal - continuou no mesmo nível de sempre, bem aquém de seus colegas. E, de repente, Anthony tornou-se supérfluo nos Peppers. Disco: One Hot Minute Banda: Red Hot Chili Peppers Gravadora: Warner Preço: R$ 20 (média do CD) Texto Anterior: Red Hot Chili Peppers Próximo Texto: Coluna Joyce Pascowitch Índice |
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