São Paulo, quinta-feira, 14 de setembro de 1995
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Skank volta com seu "Calango" a SP

ANA PAULA ALFANO
DA REDAÇÃO

Show: Skank
Abertura: Pato Fu
Onde: Olympia (r. Clélia, 1.517, tel. 252-6255, Lapa)
Quando: amanhã e sábado, às 22h30
Quanto: R$ 20,00 (pista), R$ 30,00 (setor C) e R$ 40,00 (camarote)
Censura: 16 anos

Os mineiros do Skank mostram seu disco "Calango" pela segunda vez aos paulistanos, em dois shows no Olympia, amanhã e sábado.
Em março deste ano, o grupo fez uma única apresentação do disco em São Paulo. "Na época, achamos que um dia só seria suficiente", explica Samuel Rosa, vocalista do Skank. "Só que lotou. Ficamos devendo mais shows aqui."
Apesar de "Calango" ter sido apresentado só uma vez ao vivo na cidade, os paulistanos já conhecem as músicas do disco até de trás para frente. Ele já vendeu 560 mil cópias e emplacou, até agora, seis hits.
O primeiro a tocar exaustivamente nas FMs foi "É Proibido Fumar", gravado também no disco "Rei" (no qual várias bandas interpretam músicas de Roberto Carlos).
No repertório do show estão também sucessos do primeiro disco, "Skank", lançado comercialmente em 1993 (uma gravação independente do mesmo disco foi feita em 1992), como "In(dig)nação" e "O Homem que Sabia Demais".
Alguns covers também foram incluídos -"The Harder They Come", uma música de Jimmy Cliff, que ganhou uma versão em português ("Querem Meu Sangue") de Nando Reis e foi gravada pelos Titãs e pelo Cidade Negra, e "Madalena" (gravada por Gilberto Gil).
"A gente começou assim, cantando versões diferentes de composições famosas", explica Haroldo Ferreti, baterista do grupo.
Até 1991, os quatro faziam parte de uma banda chamada "Doctor Penetration", que tocava covers em bares de Belo Horizonte.
O vocalista Samuel Rosa não aceita muito o rótulo de "banda de reggae", geralmente ligado ao Skank. "Eu tenho certeza que a maioria do público que vai aos nossos shows e escuta os nossos discos não é amante da música jamaicana", diz.
"Nós temos influências do reggae, mas não seguimos a mesma cartilha dos seus intérpretes tradicionais. O nosso ritmo é mais próximo da nossa realidade", explica o baixista Lelo Zaneti.
"Soaria muito falso se quatro mineiros brancos só cantassem músicas sobre as raízes negras da África", continua Rosa.
Para eles, o som do Skank é mais próximo do "dancehall", uma vertente moderna do reggae que usa vários ritmos -até mesmo batidas da dance music.
Nos shows de amanhã e sábado, os também mineiros do Pato Fu se apresentam antes do Skank.
"Nós os convidamos por afinidade com a música deles, que tem uma certa semelhança com a nossa", diz o tecladista Henrique Portugal.
A simpatia entre as duas bandas vai um pouco além. O baterista do Skank é um dos produtores do disco do Pato Fu.

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