São Paulo, sexta-feira, 15 de setembro de 1995 |
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Governador do Pará viaja e vice se rebela contra acordo com PMDB
ESTANISLAU MARIA
Há duas semanas, líderes do PSDB e PMDB acertaram o apoio dos dez deputados estaduais do PMDB ao governo estadual. Em troca, o PMDB teria cargos da administração estadual no interior. Gabriel viajou para a Malásia e Tailândia, no último dia 8, e deve voltar ao Estado no dia 22. Gueiros Jr. exonerou na segunda-feira o chefe da Casa Militar, o coronel da PM Roberto da Rocha Kós. Segundo Gueiros Jr., a exoneração foi para "marcar o seu território". No mesmo dia, foi exonerado o subchefe do Cerimonial do Palácio, Cleodon Gondim. Segundo o interino, "por incompetência e falta de respeito". A assessora especial da vice-governadoria Madel Gonçalves de Moraes passou a responder pela Secretaria de Administração, substituindo Carlos Kayath (PTB). Se um governador viaja para o exterior e o cargo é transferido formalmente, independentemente do período, quem assume passa a ter todas as atribuições e poderes. Gueiros Jr. também mudou a sede do governo e recebeu, anteontem, sindicalistas do funcionalismo estadual, que pediam aumento salarial. Também participaram representantes da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e deputados do PT. "O governador recebe tanta gente, por que eu não receberia os funcionários? Eles não são bandidos", disse Gueiros Jr. Gabriel sempre se recusou a negociar com os funcionários. Segundo sua assessoria de imprensa, ele argumenta que "alguns dos sindicatos não estão legalmente constituídos e não têm legitimidade para discutir". "Antes de o governador viajar, eu avisei que faria a demissão, mas acho que ele não acreditou", disse Gueiros Jr. "Espero que durante a viagem o governador reconsidere essa aproximação com o ex-governador (hoje senador) Jáder Barbalho", também afirmou. Também insatisfeito, o ex-governador Alcid Nunes renunciou da presidência regional do PFL. O deputado Lira Maia, líder do PFL na Assembléia, disse que a preocupação do partido é que esse acordo se estenda para uma aliança formal entre Gabriel e Jáder. O presidente da Assembléia, Zenaldo Coutinho (PSDB), minimizou a crise. Para ele, o acordo foi com o PMDB. "Acordo com o Jáder eu também não quero". Ele disse que conversou, por telefone, com Gabriel, que teria dito que "as demissões não alteram as diretrizes do governo. O partido (PSDB) deveria manter a calma e não aumentar a boataria." O deputado Luiz Octávio Campos (PFL), que participou das negociações com o PSDB e PMDB, disse que o acordo teve o aval do prefeito de Belém, Hélio Gueiros (PFL), pai do governador interino. Texto Anterior: TVs não serão ressarcidas Próximo Texto: Rossi busca apoio de Edir Macedo para disputar prefeitura paulistana Índice |
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