São Paulo, segunda-feira, 18 de setembro de 1995 |
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O futuro
NELSON DE SÁ
Com tempo livre, as idéias são aprofundadas e o poder real surge cristalino. Assim, nada é mais debatido na C-Span do que a chamada revolução da informação. Ontem, um painel abordou longamente o futuro do Estado com representantes da AT&T, da Universidade de Columbia, do Partido Republicano e das organizações de vanguarda da própria revolução. A opinião mais jacobina: -O Estado federal é artefato da era industrial. Surgiu para defender interesses das grandes instituições industriais -e vai desaparecer com elas. Há um papel para o governo, mas na forma daquele que tira neve da rua e cumpre a função policial local. Governo local faz sentido e continua. Governo federal não vai ser necessário. A opinião mais comedida, aparentemente: - Com o tempo, quando os sistemas políticos começarem a refletir algumas das mudanças de que nós estamos falando, como serão elas? Nós teremos respostas muito diversas a isso tudo, no mundo. Nesse mundo, nações não vão desaparecer, mas elas se tornam carregadas de concorrentes, que não são forças nacionais. E as forças não-nacionais começam a ter um papel cada vez maior. Elas podem ser religiões, islamismo ou catolicismo, o Greenpeace, ou corporações com estranhas estruturas sem nação. O resultado é guerra: - Já está começando, há evidências, de conflito. E isso é mais profundo do as diferenças entre partidos políticos. Teles Um possível consolo aos que andam temerosos pelo Brasil: ontem na C-Span, o presidente da Time Warner Communications dizia que as companhias de telefonia local (as teles) estão com os dias de monopólio contados, nos Estados Unidos. Estados como Texas votaram o fim do monopólio legal e apóiam o estabelecimento das empresas de televisão a cabo no setor. Em Nova York, a própria Time Warner abriu telefonia por cabo de televisão. O problema no Brasil é que aquela que deve levar as teles já levou a televisão a cabo. Texto Anterior: Comitê do Nobel é acusado de corrupção Índice |
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