São Paulo, segunda-feira, 18 de setembro de 1995 |
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Terceirização pode atingir US$ 156 bi
JOÃO BATISTA NATALI
A terceirização consiste em contratar outras empresas para tarefas acessórias, como pesquisa de mercado, processamento de dados ou recursos humanos. O valor maior a que o estudo chegou equivale a uma vez e meia a dívida externa brasileira ou a dez vezes o patrimônio estimado da Companhia Vale do Rio Doce. Os institutos que participaram do estudo foram o Imput, o DataQuest e o G1 Research. O levantamento foi encomendado pela Andersen Consulting, empresa de consultoria. "A tendência é a de que as empresas terceirizem o que não gere lucro para elas", diz Mary Ellen Mckee, uma das responsáveis pela área na Andersen. Essa forma de diminuir custos e se tornar mais competitivo interessa a grupos bem distintos de empresas, a começar pelas recém-privatizadas. Mckee cita o caso da British Petroleum, estatal inglesa até os anos 80, que terceirizou seus serviços de cobrança e contabilidade. Os cerca de 300 funcionários da área, que operavam em seis cidades diferentes, foram centralizados em Alberdeen (Inglaterra). Essa equipe processa de 12 mil a 13 mil faturas por mês e 85% delas são pagas por meio de computadores conectados aos bancos. Os custos do serviço, iniciado em 1991, caíram em 40%. No setor público há o caso, também britânico, do DSS (sistema de pensões, aposentadoria e assistência médica), que distribui benefícios de US$ 100 bilhões ao ano para 20 milhões de pessoas. A terceirização do processamento de dados (4.000 terminais em 1.800 locais da Inglaterra) permitiu que a eficiência crescesse em 20% e se economizasse US$ 290 milhões anuais. Outro consultor da Andersen, Richard Labardi, diz que a terceirização deverá prevalecer entre as empresas de serviço público norte-americanas, que procuram novos modelos de funcionamento num mercado desregulamentado. A desregulamentação é a tendência pela qual empresas de geração de eletricidade, fornecimento de gás ou água encanada perdem o monopólio que tinham em determinada região. O jornalista JOÃO BATISTA NATALI viajou aos EUA a convite da Andersen Consulting. Texto Anterior: Setor eletroeletrônico crescerá 15% em 95 Próximo Texto: Setor de bebidas está esquecido nas Bolsas Índice |
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