São Paulo, segunda-feira, 18 de setembro de 1995 |
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Fuvest e Unicamp exigem a leitura de 3.709 páginas
RICARDO AMORIM
O número representa a soma das páginas dos livros (edições mais baratas) que os candidatos ao exames da Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular) e da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) têm de ler para as provas de literatura do vestibular. Com apenas uma obra em comum, "Dom Casmurro", de Machado de Assis, as listas de livros dos dois concursos somam 22 títulos diferentes. Os números assustam e provocam reações tanto de estudantes quanto de professores. O coordenador do vestibular da Unicamp, Jocimar Archangelo, sugere a criação de uma lista única. "Uma relação de obras comum a todas as instituições ajudaria alunos e professores. Serviria de referência para o ensino de primeiro e segundo graus e facilitaria a distribuição das leituras ao longo dos anos", diz. Enquanto a idéia não vinga, os vestibulandos fazem de tudo para dar conta das leituras. Eduardo Marcato, 21, vai prestar medicina e, quando não está estudando as outras matérias, pega uma obra para ler. "O programa é extenso e não dá tempo de ver tudo. Estou lendo os livros na medida do possível, mas acho que vou apelar para os resumos", afirma. Várias editoras já lançaram resumos das obras do vestibular deste ano. Estes livros acabam se tornando alternativa para quem não leu as versões integrais. O vice-diretor da Fuvest, José Atílio Vanin, alerta os candidatos para os riscos desta prática. "No ano passado, quem só leu os resumos não conseguiu resolver as questões." Vanin considera positiva a intenção de unificar as listas. Para ele, a formação literária deve começar no primeiro grau. A adoção da lista única depende ainda de muita discussão, segundo os coordenadores. Para vigorar, deve ser aprovada pelos conselhos de literatura das universidades. Próximo Texto: Escritora aprova indicação Índice |
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