São Paulo, terça-feira, 19 de setembro de 1995
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Mauch nega que haja proposta

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco Central insiste na privatização do Banespa caso aconteça comprometimento de recursos do governo federal na recuperação do banco.
A afirmação foi feita ontem pelo diretor de Normas e Fiscalização do BC, Claúdio Mauch.
Pela proposta do governador Mário Covas (PSDB), o BC ou o Tesouro Nacional seriam avalistas para um empréstimo externo de US$ 6 bilhões destinado a sanear o Banespa. Nesta situação, disse Mauch, a prioridade é que o banco seja privatizado.
A situação muda se o Estado de São Paulo resolver o problema do Banespa sem a necessidade de ajuda do governo federal. Neste caso, disse Mauch, a privatização é um problema do governo paulista.
Ontem, Mauch disse que até hoje o BC não recebeu nenhuma proposta formal -por escrito- do governo paulista.
Uma correspondência foi enviada para o governo paulista logo depois que o governador Mário Covas apresentou, verbalmente, sua proposta para acabar com o problema financeiro do Banespa -mas não por escrito.
"O BC sempre disse que o governador pode ter o banco que quiser, mas deve ter dinheiro para funcionar", afirmou.
As declarações de Mauch fazem parte da estratégia desenvolvida pela equipe econômica para as negociações em torno do Banespa desde a intervenção federal no Banco Econômico.
Federalização
O presidente do BC, Gustavo Loyola, pretende usar um trunfo que tem guardado caso Covas ameace inviabilizar a continuidade das negociações: a possibilidade de federalizar o Banespa.
Segundo a legislação, um banco sob administração do BC pode ser federalizado e, em seguida, vendido ao setor privado.
No caso do Banespa, que tem passivos superiores aos ativos, a federalização poderia ser feita por valor simbólico.
Não é intenção do BC federalizar o Banespa, o que causaria um conflito político com Covas.
Mas é uma possibilidade que será mencionada no caso de as negociações se aproximarem de um impasse.

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