São Paulo, terça-feira, 19 de setembro de 1995
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Refém que passou 12 dias na mata diz que foi queimado com cigarro

CLAUDIA VARELLA
DA AGÊNCIA FOLHA

Cinco dos oito reféns que passaram 12 dias dentro de uma mata próximo ao rio Iandu, em Guarantã do Norte (a 711 km de Cuiabá-MT), prestaram depoimento ontem na delegacia da cidade.
Eles foram libertados pelos sequestradores na manhã do último sábado, após pagamento de resgate de R$ 50 mil. Dois reféns estão levemente feridos. Os dez sequestradores fugiram.
Um dos reféns, José Barroso, afirmou que foi queimado com pontas de cigarro na barriga. Segundo ele, um outro refém recebeu uma coronhada no rosto.
"Eles estavam dentro da mata por causa da madeira (mogno) e falavam que só iriam embora quando roubassem tudo", disse.
Barroso afirmou que os reféns acamparam em vários lugares.
O delegado David Fernandes e Silva, 45, de Guarantã do Norte, disse que a polícia já identificou cinco sequestradores.
"É difícil falar de 'esquema de captura' numa região como essa, de 350 mil hectares de mata virgem. Você não sabe por onde os sequestradores vão sair", afirmou. A região fica na divisa do Mato Grosso com o Pará.
O tenente Edilson Batista de Magalhães, 27, do 2º Pelotão da Polícia Militar, em Peixoto de Azevedo (MT), disse que os sequestradores estão fortemente armados.
O proprietário da fazenda, Antônio José Junqueira Vilela, 50, que mora em São Paulo, disse que os sequestradores são "ladrões de mogno".

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