São Paulo, terça-feira, 19 de setembro de 1995
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Loyola descarta novas reduções

GUSTAVO PATÚ

GUSTAVO PATÚ; CARI RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, disse ontem que estão fora de cogitação, no momento, novas reduções do recolhimento compulsório para aliviar os problemas do mercado após a intervenção no Banco Econômico.
Desde a intervenção, ocorrida no mês passado, o BC reduziu uma série de compulsórios para injetar R$ 11,5 bilhões na economia e atenuar as dificuldades de alguns bancos em conseguir dinheiro.
Para Loyola, é "quase bom" o estado atual do sistema financeiro após a liberação dos compulsórios. A equipe econômica chamou de "empoçamento de liquidez" o fenômeno vivido pelos bancos após a crise do Econômico.
Significa que o dinheiro disponível no sistema financeiro ficou concentrado nas instituições tidas como mais sólidas.
Após a intervenção no Econômico, o mercado deixou de financiar alguns bancos, especialmente os de pequeno porte, temendo que estes também estivessem sujeitos a ter suas portas fechadas.
O raciocínio foi o seguinte: se um dos dez maiores bancos do país só sofreu intervenção após acumular um rombo de R$ 3,3 bilhões, como ter certeza de que outras instituições não passam por problemas semelhantes?
Esse temor afetou também os clientes. Desde a intervenção, o Banco do Brasil, tido como uma instituição não sujeita a fechar suas portas, recebeu R$ 3 bilhões em novos depósitos.
Embora Loyola avalie que o "empoçamento" continue, para o BC, a redução de compulsórios já cumpriu o seu papel.
Segundo a Folha apurou, a cúpula do BC acha que a recuperação da credibilidade do sistema bancário deve passar agora pela criação do seguro de depósito, destinado a cobrir saques em bancos liquidados ou sob intervenção.
Além disso, devem ser estimuladas as fusões entre bancos. Avalia-se que a inflação alta fez proliferar uma série de instituições de pequeno porte, sem condições de sobreviver na estabilidade.
Fundos
O BC definiu ontem que os novos fundos de investimentos, criados em julho, não poderão aplicar mais que 20% de seus recursos em títulos de um mesmo banco. A restrição impede que um fundo compre grande quantidade de papéis do banco que o administra. Assim, o BC pretende obrigar os fundos a diversificar suas aplicações.

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