São Paulo, terça-feira, 19 de setembro de 1995
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Canais vendem suas imagens

JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

O jogador Romário desmaia nos treinos do Flamengo. A reportagem em espanhol de 60 segundos que a CNN e a ECO transmitiram possuía o mesmo texto e as mesmas imagens.
As duas emissoras compraram o material da agência britânica Reuters, que também forneceu à CNN, na quarta-feira, imagens sobre a reforma do gabinete da Índia e sobre a reunião, na Suíça, das negociações sobre a ex-Iugoslávia.
São coisas do mercado. A Reuters tem seu próprio canal (Telenotícias) e concorre com a CNN no mercado de TV paga.
O fato é que, teoricamente, todos podem vender imagens para todos. O fato de certos repórteres não trazerem microfones com o logotipo de suas emissoras é um indício de que suas reportagens serão vendidas a outros canais.
A NBC não entrevistou na terça-feira passada, sobre a Bósnia, o secretário de Defesa dos EUA. Levou ao ar trechos da entrevista dele à PBS, a rede norte-americana de emissoras públicas.
Outro exemplo: a decolagem noturna de caças da Otan que bombardeiam posições sérvias na ex-Iugoslávia foi registrada por cinegrafistas do Pentágono e a missão do ônibus espacial "Endeavour" pelos próprios astronautas e liberada pela Nasa.
A seu modo, o governo norte-americano é um grande produtor de imagens para o telejornalismo de emissoras pagas e abertas.
No geral, entretanto, o mais comum é a compra de reportagens da CNN. No Brasil, o GNT (canal de informações da Globosat) é o maior cliente.
Há quinze dias, seu relato diário sobre o julgamento do futebolista negro O. J. Simpson esqueceu até de contextualizar a polêmica em torno do investigador de polícia de Los Angeles que tivera seu testemunho indeferido pelos advogados da defesa.
(JBN)

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