São Paulo, quarta-feira, 20 de setembro de 1995 |
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Em tempo real
NELSON DE SÁ
Em guerra, o Rio faz a festa do padrão de violência coroado na televisão do Brasil. O Brasil bem que faz por merecer. As imagens de ontem eram de guerra civil. A locução em tempo real, das coberturas, descreve bem a luta: - Pânico em Bonsucesso! - Pânico e terror na zona norte do Rio. - Pânico, terror e morte. Uma verdadeira guerra. - Quatro horas de tumulto. - A polícia foi recebida a bala. - Cerca tudo! - Há muita revolta entre os moradores. - Um PM atirou em direção aos manifestantes. - Guerra entre moradores e a polícia. - Muitos tiros. Tiros. - Agora eram os motoristas que atiravam. - Ai, meu Deus do céu! - É tiro da esquerda, tiro da direita, tiro de trás. - Ai, meu Deus do céu, estão atirando até na gente. - A perseguição é cinematográfica. - O confronto pára a Linha Vermelha. - As famílias apavoradas cruzam a linha de tiro. - Todo mundo saiu de dentro do carro. - Tiro, tiro, tiro, tiro, tiro. Ai, meu Deus do céu. Olha lá, o policial atirando. Ai, Jesus. Ai, meu Jesus Cristo. Todas as reações, todas as frases são da cobertura, não dos policiais, não dos moradores. O tempo real é de guerra. No teatro do mundo - 1 Por falar em guerra, Marco Maciel foi à cerimônia de envio dos soldados à África e disse que é para acostumar. Citando discursos de viagem de FHC, disse que "uma maior presença do Brasil (no mundo) significa a maior participação nessas missões". - O protagonismo tem por consequência, naturalmente, novas responsabilidades. A guerra, por exemplo. No teatro do mundo 2 Em sua viagem pela Europa, para tornar o país protagonista, FHC não vai mal. Foi pouco tempo, mas afinal ele foi notado pela Deutsche Welle, a rede alemã. Texto Anterior: Leia a carta de Hargreaves Próximo Texto: Falta de quórum adia a votação no Senado Índice |
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