São Paulo, quarta-feira, 20 de setembro de 1995
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Presidente fala de viagem em programa de rádio

Leia a íntegra do programa de rádio "Palavra do Presidente" desta semana. O programa foi gravado por Fernando Henrique Cardoso anteontem, da Alemanha, por telefone.

Hoje, eu falo com você diretamente da Alemanha. No último programa, eu contei que faria essa viagem e expliquei que o presidente viaja para outros países para dizer o que está acontecendo no Brasil, para tratar de assuntos que interessam a todos os brasileiros.
Há muitas empresas estrangeiras no Brasil que geram riquezas e criam empregos. Nós vendemos muitos produtos e compramos produtos dos países amigos, quando eles são mais baratos. A Europa é a região que tem maiores investimentos em nosso país e é quem mais compra os produtos brasileiros.
Eu comecei essa viagem por Bruxelas, a capital da Bélgica. É lá que fica a sede da União Européia, que antes era conhecida como Comunidade Econômica Européia. São 15 países importantes unidos a nós por laços econômicos, políticos e afetivos. Nós nos orgulhamos de ter sangue alemão, italiano, espanhol, francês, holandês e sobretudo português nas nossas veias.
Em Bruxelas, eu participei de várias reuniões com os principais líderes da União Européia, para tratar de assuntos que nos interessam, e muito. Hoje, o comércio se faz entre grupos de países. Temos aí, na América Latina, o Mercosul, a nossa aliança com a Argentina, Uruguai e Paraguai. Aqui, na Europa, os países estão unidos há muitos anos. E isso ajudou muito no desenvolvimento deles.
Pois bem. Para aproveitar a experiência desses países e para poder vender mais produtos a eles, ou comprar mais barato, nós, do Mercosul, decidimos nos unir aos países da União Européia. Esse foi um dos assuntos da visita a Bruxelas.
Tive, também, encontros com o governo da Bélgica. A última vez que um presidente brasileiro esteve nesse país, antes de mim, foi em 1956, na época do presidente Juscelino. Já era hora de um presidente brasileiro visitar esse país tão importante novamente.
Na Bélgica, falei sobre o Brasil para empresários, conversei com os jornalistas dos principais jornais e TVs da Europa e fiz uma conferência no Colégio da Europa, que é a principal universidade e centro de pesquisas da União Européia. Foi um programa intenso e muito útil.
Isso também está acontecendo, agora, aqui na Alemanha, o terceiro país mais rico do mundo. É mais uma maratona de muito trabalho, de reuniões com líderes do governo, empresários e imprensa, para falar sobre o Brasil aos estrangeiros.
Tanto na Bélgica como aqui, na Alemanha, conversei sobre a situação dos direitos humanos em nosso país e fiquei satisfeito em saber que eles estão notando que o Brasil está mudando, está melhorando, que a democracia existe para valer, que o povo está começando a comer mais e (que) está havendo mais justiça.
O que eu posso dizer a você é que as pessoas aqui fora estão sabendo que nós estamos fazendo coisas boas aí no Brasil. Os estrangeiros estão voltando a ver o Brasil de forma positiva, estão dispostos a aumentar a parceria conosco, estão dispostos a apostar no futuro do Brasil e a fazer novos investimentos, para gerar mais empregos.
Esta viagem valeu a pena, porque conseguimos mostrar a eles esse novo Brasil, que quer crescer, que quer ficar mais rico, como eles. Nós precisamos de bons sócios no exterior. Se a Europa, como todos nós, acreditar no Brasil e investir, nossa vida aí também vai melhorar.

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