São Paulo, quarta-feira, 20 de setembro de 1995
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Venda de importado cai 2,2% em agosto

ARTHUR PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

As vendas de carros importados voltaram a cair em agosto. As 32 marcas que não possuem fábricas no país negociaram no mês passado 5.744 veículos, 2,21% a menos do que em julho (5.874).
Em comparação com agosto de 94, quando o setor vendeu 9.388 carros, a queda foi maior: 38,8%.
Os números foram divulgados ontem pela Abeiva (Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores).
Emílio Julianelli, presidente da entidade, diz que existem cerca de 45 mil carros estocados nos portos. No ritmo atual de vendas, os importadores demorariam oito meses para se livrar do estoque.
Segundo Julianelli, o setor não tem condições de reexportar mais do que 10 mil veículos. O restante terá de ser vendido no mercado interno.
A coreana Daewoo, diz o presidente da Abeiva, é uma das poucas marcas que poderá devolver os carros à fábrica.
Os importadores pediram segunda-feira, durante reunião com a ministra do Comércio, Dorothea Werneck, a liberação total do leasing e ampliação dos prazos do consórcio e do crédito ao consumidor.
"Com a ampliação do crédito será possível vender os outros 35 mil carros até o final do ano", explica Julianelli. De janeiro a agosto foram comercializados 94.613 unidades.
O objetivo dos importadores é vender 120 mil carros até o final do ano, o que representa 54% acima do resultado de 94.
Os filiados à Abeiva querem que o governo dê prazo até o final do ano para o pagamento do Imposto de Importação. Atualmente ele deve ser efetuado 90 dias após a chegada do carro no porto.
Julianelli diz que 8.000 veículos já estão com o prazo vencido e correm o risco de ir a leilão da Receita Federal. "Até o final deste mês, 80% dos 45 mil carros estarão na mesma situação".
As regras para importação em 96 ainda vão ser definidas pelo governo. A proposta da Abeiva prevê a "autolimitação": um teto de 150 mil veículos para as marcas não instaladas no país. Ou seja, quase o dobro das 77.944 unidades vendidas em 94. Mas a linha 96 só chega no Brasil em abril.
A Abeiva não divulga o volume que cada marca poderá trazer em 96, caso o governo aceite a proposta. Mas nenhum importador terá cota superior a 8.000 mil carros. Esse limite não inclui carros procedentes do Mercosul.

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