São Paulo, quinta-feira, 21 de setembro de 1995
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Otan prevê ingresso do Leste Europeu

DO "THE INDEPENDENT"

Os 16 embaixadores da Otan (a aliança militar ocidental, liderada pelos EUA) aprovaram ontem um documento que justifica a entrada de países do Leste Europeu na aliança e que mostra como os futuros parceiros podem se preparar para ingressar no grupo.
O documento é considerado um grande passo para a aceitação desses países na Otan.
Para tentar aliviar as preocupações da Rússia de ficar militarmente isolada, a aliança decidiu relaxar os termos do Tratado de Forças Convencionais na Europa, que Moscou já havia aceitado.
Segundo o acordo, a Rússia deveria completar a redução de suas forças em várias regiões da Europa até 17 de novembro.
O enviado do país à reunião do Conselho da Otan, Vitali Tchurkin, recebeu o compromisso de que os russos terão mais tempo para retirar as armas.
A Rússia insiste em manter forte presença militar na república separatista da Tchetchênia.
O país iniciou intervenção militar no local em dezembro do ano passado, para reprimir rebeldes separatistas.
O documento que prevê o crescimento da Otan no Leste Europeu não determinou que países devem entrar na aliança e quando eles devem fazê-lo.
O texto do documento ainda não foi revelado. Segundo funcionários da Otan, o documento é ambíguo quanto à possível entrada da Rússia na aliança.
A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) foi fundada em 1949 para permitir a colaboração militar de países capitalistas.
Em contraposição à Otan, os países do Leste Europeu formaram o Pacto de Varsóvia, em 1955, liderado pela então União Soviética. A aliança foi eliminada com o fim do comunismo na região.
As exigências da Otan para os países entrarem na aliança, segundo o documento, são: democracias estáveis com economia de mercado e forças militares que estejam democraticamente controladas.
Os novos membros devem estar prontos para aceitar as políticas da Otan e para dividir as despesas da aliança.
O documento diz que os novos membros devem contribuir em missões de paz da Otan.
Esse dispositivo deve causar forte reação de Moscou, pois o país considera a missão de paz na Bósnia uma "guerra para manter a paz". A Rússia teme que ex-aliados do Leste Europeu participem de missões de paz da Otan em áreas próximas ao território russo.

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