São Paulo, quinta-feira, 21 de setembro de 1995
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Orçamento do Estado; Ensino religioso; Igreja Universal; ACM e Giannotti; Sem charme; Tecidos sintéticos

Orçamento do Estado
"Em atenção aos leitores da Folha, que costumam confiar nas informações divulgadas pelo jornal, cumpre-nos informar que os dados veiculados em reportagem publicada em 19/9 (pág. 1-12), sobre o Orçamento do Estado, são completamente infundados. Eles não correspondem à realidade nem no que diz respeito ao ano de 1995 nem à proposta orçamentária para 1996. O Orçamento do próximo ano está em fase final de elaboração. Os números definitivos serão fixados até 29 de setembro, quando, segundo reza a Constituição de São Paulo, serão encaminhados à Assembléia Legislativa. Seja como for, os números preliminares do Orçamento, com os quais estamos trabalhando, não guardam nenhuma relação com os valores publicados na reportagem. A título de exemplo, os números preliminares das áreas mencionadas (educação, saúde, habitação, segurança e criança) somam mais de R$ 10 bilhões, valor muito superior ao citado. A Secretaria de Economia e Planejamento divulgará oportunamente a toda a imprensa os números consolidados do Orçamento de 1996. Finalmente, convém informar que o nome correto do secretário da Segurança Pública é José Afonso da Silva (leia correção na seção 'Erramos')."
André Franco Montoro Filho, secretário de Economia e Planejamento do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)
Resposta da jornalista Ana Maria Mandim: os números publicados na reportagem foram fornecidos pelo secretário-adjunto da Segurança Pública, Luiz Antonio Alves de Souza, pela secretária da Criança, Família e Bem-Estar Social, Marta Godinho, pelo secretário da Habitação, Antonio Duarte Nogueira Jr., e pelas assessorias de imprensa das secretarias da Educação e da Saúde.

Ensino religioso
"Excelente o artigo do professor Roberto Romano publicado na Folha de 20/9: 'A chantagem piedosa do ensino religioso'. Mesmo sendo optativo, o ensino religioso não pode ser imposto ao ensino público, já que fere a liberdade individual e contraria uma das premissas básicas da democracia, que é a separação entre o Estado e a igreja."
Mario Negreiros dos Anjos (Niterói, RJ)

"O artigo do filósofo Roberto Romano é um daqueles textos que nos obrigam, inexoravelmente, à rediscussão do papel da igreja na sociedade e, sobretudo, de seu comportamento junto aos governos. Como se vê, de nada adiantou a propagada lição do 'patrão' há quase 2.000 anos em Jerusalém, quando expulsou do templo uns camelôs abusados. Por meio da história, o catolicismo demonstra que encarnou justamente aqueles vendilhões, os quais combatia."
Paulo Marinho (Sapucaia do Sul, RS)

"Parabéns governador Mário Covas. O ensino religioso vem contribuir para preencher o vazio que existe em nossa escola. Como amar aquilo que não conhecemos? A doutrina do amor a Deus por meio do amor ao próximo deve ser difundida, praticada e experimentada por todos, independente do rótulo que cada um possa trazer de suas casas."
Vitalino Grigolo (Jundiaí, SP)

Igreja Universal
"A série 'Decadência' não é um insulto apenas e somente à Igreja Universal do Reino de Deus. Atinge todos os evangélicos, sejam tradicionais, carismáticos ou liberais. É uma afronta ao que de mais sério ainda existe em nosso país: a fé e a crença do povo brasileiro."
Alexandre Silva Lins (Recife, PE)

ACM e Giannotti
"A pós-graduação da PUC-SP vem manifestar total apoio e solidariedade ao professor José Arthur Giannotti, que foi professor desta universidade e que vem sofrendo reiteradas ofensas por parte do senador Antônio Carlos Magalhães. Não podemos deixar de considerar a efetiva contribuição que o professor Giannotti vem oferecendo tanto no âmbito da comunidade acadêmica mais ampla quanto para o desenvolvimento da cultura brasileira. Trata-se de um intelectual que se situa entre os mais brilhantes dos quadros acadêmicos, cuja obra tem repercussão internacional."
Ursula Karsch, presidente da Comissão Geral de Pós-Graduação da PUC-SP (São Paulo, SP)

"A polêmica entre o professor José Arthur Giannotti e o senador Antônio Carlos Magalhães reforçou a esperança de que não tenhamos mais de conviver com os métodos de chantagem a que se habituou ao longo de sua carreira o político baiano. Giannotti teve a coragem de reagir à truculência de Magalhães, denunciando publicamente a tentativa de intimidação. Em seu artigo de domingo passado, o senador, não acostumado a isso, claramente acusa o golpe, limitando-se ao xingamento torpe, incapaz de um argumento consistente."
Fátima Pacheco Jordão (São Paulo, SP)

Sem charme
"Eu só leio a coluna do Marcelo Coelho para ficar cada vez mais convencida de que ele é o colunista mais chato da imprensa brasileira. Quando quer ser sério, os artigos dele parecem aulas de redação da sexta série: 1) apresentar o argumento; 2) dar as opiniões a favor; 3) dar as opiniões contras; 4) concluir. Ou seja, um texto quadrado, careta e entediante. Quando ele quer ser engraçado ou polemista, fica pior ainda. Se a Folha não enxergar isso rapidinho, vou começar a assinar o "Estadão". Pelo menos eles têm o Paulo Francis. Parafraseando Oscar Wilde, em um colunista nós perdoamos tudo, menos escrever sem charme."
Nastassja Hoepers (São Paulo, SP)

Tecidos sintéticos
"Sobre a reportagem em que falo de tecidos sintéticos, publicada pela 'Revista da Folha' no dia 17/9, domingo último, fui questionado na entrevista sobre a utilização de tecidos sintéticos para confecção de roupas. Por distração, omiti que me referia, especificamente, a plásticos e à onda do náilon, que foi uma grande tendência nas coleções passadas e ainda é na atual. Disse também que essa tendência foi 'adaptada' por algumas grifes no Brasil, mas com um detalhe: no verão, e realmente plástico e náilon são produtos que não permitem ao corpo transpirar. Gostaria de frisar que estava referindo-me somente ao náilon e a plásticos. Sempre usei e ainda usarei em minhas coleções tecidos sintéticos, inclusive na de verão 95/96, em que usarei em larga escala um dos maiores hits da década de 70, o tergal. Não há por que não usar os tecidos sintéticos; atualmente, graças à alta tecnologia desenvolvida pelas empresas especializadas, os sintéticos deixam a transpiração e o ar circularem livremente e não causam qualquer tipo de incômodo ao usuário, além de aliarem a isso efeitos interessantes e inovadores, proporcionando belíssimos resultados."
Alexandre Herchcovitch (São Paulo, SP)

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