São Paulo, quinta-feira, 21 de setembro de 1995
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Estado oferece passeios na mata Atlântica e caatinga

CLAUDIA VARELLA
DA AGÊNCIA FOLHA

Passeios de jangada, piscinas naturais e um litoral belíssimo não são as únicas opções de turismo para o turista que chega em Alagoas.
O Estado oferece muito mais que o óbvio: trilhas pela caatinga, manguezais e mata Atlântica para quem gosta de natureza, caminhadas em praias desertas em noites de lua cheia e também aulas práticas sobre a fauna e a flora regionais.
Segundo a Secretaria Estadual de Turismo, a única agência no Estado a oferecer ao turista estes roteiros alternativos é a Anumará Expedições Ecológicas.
O chefe de gabinete da secretaria, Cláudio Marques, 42, disse que, a partir de outubro, a agência Travessia, Aventura e Ecologia vai começar a oferecer passeios no Parque Ecológico de Murici, a 56 km de Maceió.
O biólogo Herbert Freire de Araújo, 28, da Anumará, disse que a agência tem 17 trilhas demarcadas às quais organiza passeios.
As mais procuradas são as de Xingó, às margens do rio São Francisco.
"As trilhas do São Francisco são as mais exóticas. As pessoas têm curiosidade em conhecê-la", afirmou.
No passeio, que pode durar de dois a quatro dias, o turista viaja até a cidade de Piranhas (a 340 km de Maceió) e fica hospedado na fazenda Remanso, às margens do rio. A fazenda rústica fica entre Piranhas e o distrito de Entremontes.
Lampião e Maria Bonita
Uma das trilhas leva até a grota de Angicos, em frente à fazenda, do outro lado do rio, no município de Poço Redondo, em Sergipe. Grota é uma abertura produzida pelas enchentes na margem de um rio.
Na grota de Angicos, Lampião , Maria Bonita e mais nove cangaceiros foram mortos há 57 anos por policiais (veja reportagem ao lado).
A caminhada dentro da mata dura três horas e é frequentemente interrompida para explicações sobre plantas como a coroa-de-frade e animais como o roedor-mocó, típicos do sertão.
À noite, em volta de uma fogueira, os moradores e empregados da fazenda contam histórias sobre a passagem de Lampião e seu bando pela região.
Com pitadas pessoais, os contadores garantem ter conhecido ou ser parentes de cangaceiros do bando, como Corisco, Zé Sereno e Luís Pedro. Mesmo após 57 anos do fim do grupo, Piranhas respira os ares do cangaço.
Xingó
Outro local de hospedagem em Piranhas é o acampamento Xingó da Chesf (Companhia Hidrelétrica do São Francisco) -construído para abrigar os funcionários da hidrelétrica de Xingó.
O acampamento é formado por duas grandes vilas, com infra-estrutura de cidade -comércio, hospital, escola e linhas de ônibus.
Um passeio pelas instalações da hidrelétrica também está incluído. O turista tem a oportunidade de conhecer um pouco da tecnologia empregada para a geração de energia e ver o lago formado no rio São Francisco com a barragem.
O passeio de barco pelo cânion do São Francisco (entre as hidrelétricas de Xingó e Paulo Afonso) e a trilha da Mecejana, em Piranhas, completam o roteiro.

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