São Paulo, sexta-feira, 22 de setembro de 1995
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Proposta para o Instituto Biológico

WILMAR DIAS DA SILVA

Pelo Instituto Biológico de São Paulo têm passado conceituados cientistas, como Henrique da Rocha Lima (microbiologia), Maurício Rocha e Silva (farmacologia), Gastão Rosenfeld (hematologia), José Pinto da Fonseca (entomologia), Carl Siblerschmidt (fisiologia vegetal), Otto Bier (microbiologia e imunologia), José Reis (patologia), Adolfo M. Penha (patologia) e Maria Siqueira Pinheiro (imunologia), além de um grupo mais jovem de imunologistas, como Osvaldo Augusto Sant'Anna, Olga Célia Martinez Ibanez, Vera Cecília Annes Ferreira, Marisa Gennari, Moema F. Soares e outros.
Suas contribuições, publicadas em revistas de grande circulação, respondem pelo prestígio da instituição nos meios científicos nacionais e internacionais.
Pesquisas em fitopatologia, patologia animal, desenvolvimento de processos e de meios de controle e de diagnóstico de doenças e pragas e áreas de suporte básico da moderna agropecuária não podem prescindir nem dessa tradição, nem do potencial do Instituto Biológico.
Infelizmente, como tem acontecido com outras instituições congêneres, o instituto não atravessa a melhor de suas fases. É inaceitável, contudo, vendê-lo, aliená-lo ou desvirtuá-lo.
Sua recuperação, imprescindível, passa pela reorientação de seus programas de atividade, recomposição do seu quadro de pesquisadores e modernização de seus laboratórios, tarefa que requer decisão política, participação ativa da comunidade científica e o envolvimento de administradores com visão de estadistas.
O desenvolvimento de métodos e meios destinados ao controle de doenças e pragas que afetam animais e plantas, fundamentais para a orientação das atividades agrárias e de preservação do meio ambiente, certamente encontrariam em um Instituto Biológico revitalizado a instituição de pesquisa adequada para serem desenvolvidos. E esse nos perece seu futuro.
Como respeito à memória nacional, infelizmente muito mal tratada em nosso país, seu patrimônio deve ser preservado. Aliás, seria didático que se colocasse uma placa na sua entrada, como lembrança às novas gerações, descrevendo suas contribuições.
Como sugestão, por exemplo: "Aqui, neste instituto, em 1948, Maurício Rocha e Silva, Wilson T. Beraldo e G. Rosenfeld descobriram a bradicinina".

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