São Paulo, sexta-feira, 22 de setembro de 1995
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Atitude de vida; Ensino religioso; Invasão de terras; Solidariedade; Direito de expressão; Politicamente incorretas; Falta o vermelho; Aids; Questão de gosto; Comunidade Solidária

Atitude de vida
"Discordo do texto de Marcos Augusto Gonçalves (17/9) no que se refere ao catolicismo. Religião não é mercadoria, não é para ser vendida, não é espetáculo, não é questão de know-how. É fé. Os nossos sacerdotes católicos são homens como quaisquer outros, só que renunciaram a muitos prazeres da vida e até mesmo a suas próprias vidas por um reino 'que não é deste mundo' (João 18,36). Religião não é show, é uma atitude de vida."
Neder Gregol Marques (Dourados, MS)

Ensino religioso
"Enquanto Minas Gerais prepara a volta de algo útil, o latim, o sr. governador dos paulistas nos impinge o retrocesso do ensino religioso. Apesar de não ser de Minas, cumprimento os mineiros pela sabedoria."
Barbara de Faria Odierno (São Paulo, SP)

Invasão de terras
"A manchete 'Lula defende invasão de terra', de 16/9, é imprópria e depõe contra a seriedade deste conceituado jornal. O tema da reforma agrária é levado, dessa forma, para o campo do conflito e da violência, não contribuindo em nada para uma discussão que se arrasta por séculos, gerando genocídios que vão de Zumbi a Corumbiara. Sejamos responsáveis."
Claudio Mario Leal Passos (São Paulo, SP)

Solidariedade
"Neste momento, é importante lembrar a inestimável contribuição feita à educação e à cultura brasileiras pelo professor José Arthur Giannotti. Poucos terão contribuído tanto para o conhecimento da realidade nacional quanto ele. Desejamos expressar publicamente a ele a nossa solidariedade."
Glaci Theresinha Zancan, vice-presidente em exercício da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (São Paulo, SP)

"O texto 'Os pecados do filósofo', de Antônio Carlos Magalhães, mostra com incrível acurácia um modo de fazer política tremendamente maligno e que está na base dos problemas brasileiros. É gente como Magalhães que tornou o Brasil o país que está aí."
João Carlos de Campos Pimentel (São Paulo, SP)

Direito de expressão
"Acabo de cancelar minha assinatura da Folha em virtude da interrupção da coluna 'Ondas Curtas' do André Forastieri. O que me deixa triste é saber que o jornal mais apreciado por mim e por meus colegas universitários cerceou o direito de expressão de um cara como o Forastieri. Pela própria condição de colunista, ele deveria ser intocável. Não me conformo em ver as pessoas que sempre admirei serem prejudicadas simplesmente por emitir sua opinião, por dizer o que realmente pensam, porque se for para dizer o que interessa aos outros, sem se importar com a verdade, pode parar o mundo que eu vou descer."
Erich Rocha (Brasília, DF)

Politicamente incorretas
"Lendo a reportagem 'Politicamente incorretas ignoram patrulhas', na seção 'Saia Justa' de 17/9, fiquei impressionada com uma coisa: como a Folha dá espaço para pessoas como Brunette Troccaroli e Flávia Rocha falarem tanta besteira? Frases como 'ou morre o animal, ou morro eu, de frio' e 'o bicho não ia morrer mesmo?'. Entendo que a seção seja 'soft', mas há muitas coisas mais interessantes para se escrever."
Leandra Corrodine (Franco da Rocha, SP)

Falta o vermelho
"Com muita frequência a direção do Palmeiras tem providenciado mudança do uniforme esportivo do clube. Com certeza interesses comerciais estão bastante embutidos nessas alterações. Todavia, a volta do tom vermelho, mesmo que discretamente, é reiteradamente desprezada. Para agregá-lo não se torna obrigatória modificação estatutária, pois a cor azul da Parmalat foi colocada pura e simplesmente sem qualquer percalço. A origem da agremiação na colônia italiana merece respeito e reconhecê-la não abala a consagrada brasilidade da plêiade pela qual sou afeiçoado."
Vicente Amato Neto (São Paulo, SP)

Aids
"É preciso diferenciar educação de propaganda. O anúncio da Aids-Bráulio é vulgar. A educação para a saúde em relação à Aids é assunto sério e importante. Devo dizer, entretanto, que não se terá impacto sobre essa doença e outras no Brasil enquanto não se estruturar o sistema de saúde. Só assim será possível organizar programas para combater as doenças de maior prevalência e mortalidade, entre elas a Aids. O conjunto de ações para o combate e controle da Aids inclui educação para a saúde no seu sentido amplo: nas escolas, na mídia e nos ambulatórios médicos. Serão as educadoras de saúde pública, médicos e outros profissionais da área pública da saúde que, convenientemente treinados, darão aulas nas escolas próximas; serão os centros de saúde que distribuirão livretos, panfletos e cartilhas educativas; será o sistema de saúde que distribuirá preservativos para quem não puder comprá-los; serão os Centros de Referência da Aids (hoje em processo de desativação) que coordenarão esses problemas e manterão os tele-Aids e os cursos para os grupos de risco. Não se resolve o problema da Aids com anúncios vulgares, mas com um programa eficiente dentro de um sistema de saúde organizado."
José Aristodemo Pinotti, deputado federal pelo PMDB-SP (São Paulo, SP)

Questão de gosto
"Às segundas e quartas, a primeira coisa que faço quando recebo a Folha é ler a coluna do articulista Marcelo Coelho. Assim, quanto à avaliação da leitora Nastassja Hoepers de que Marcelo escreve sem charme, só posso me lembrar da velha máxima que diz: 'Gosto não se discute, se lamenta'. E, não perdendo de vista a liberdade de expressão, o que mais lamento, como cidadã e jornalista, é que, com tantas unanimidades precisando da união do povo brasileiro, ainda se perca tempo discutindo gostos individuais num espaço que pode ser tão melhor aproveitado."
Judith Meirelles (São Paulo, SP)

Comunidade Solidária
"Em relação ao comentário 'Comunidade (nada) Solidária', do brilhante jornalista Josias de Souza, publicado nesta Folha em 10/9, esclarecemos o seguinte: não somos contra o crivo de uma comissão multidisciplinar de distribuição dos alimentos do Programa Comunidade Solidária, conforme foi colocado. Ao contrário, somos favoráveis ao trabalho da referida comissão, pois a formação da mesma isenta o Executivo de quaisquer acusações de eventual manipulação política na distribuição dos alimentos. Os problemas políticos a que me referi foram notados justamente entre os membros da própria comissão, que questionavam alguns nomes relacionados pela Pastoral da Criança do nosso município para receber o benefício. Em relação à correspondência que enviamos à Conab, salientamos que em momento algum declaramos que não queríamos as cestas, mas, sim, expusemos que não teríamos condições de atender às exigências impostas para a entrega dos gêneros alimentícios às famílias de baixa renda."
Jorge Enéas Mineiro de Souza, prefeito de Capitão Enéas (Capitão Enéas, MG)

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