São Paulo, domingo, 24 de setembro de 1995
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Superdotados têm inibições

DE NOVA YORK

Uma pesquisa realizada na Universidade de Berkeley (EUA) pelo psicólogo Jack Block traçou o perfil do indivíduo de QI alto.
Inteligência, ambição e busca de produtividade são frequentemente acompanhadas por inibição, dificuldade de expressão, tédio, inquietação, insatisfação sexual.
As pessoas com alta inteligência emocional demonstram maior senso de responsabilidade, dedicação a causas e pessoas, simpatia e determinação.
Uma criança muito inteligente, mas extremamente ansiosa ou angustiada, tem dificuldade de aprendizado. "De pouco vale a inteligência quando a pessoa não consegue se automotivar", afirma Goleman. O ideal, segundo ele, é a combinação das duas inteligências. Até porque alguém com QI baixo terá óbvias limitações.
Nada mais exemplar desse tipo de "burrice" que os integrantes de gangues, que, emocionalmente desequilibrados, só conseguem resolver conflitos pela violência.
A experiência do Projeto Axé com crianças de rua em Salvador é baseada, em parte, no princípio da inteligência emocional -as crianças iniciam seu aprendizado de português ou matemática quando ganham alguma estabilidade interior e lidam com a violência.
"O burro emocional" pode até ter um QI gigantesco, mas, por ser descontrolado ou até violento, provoca discórdias, desestabiliza equipes e acaba por prejudicar a produtividade de uma empresa.
"A forma como lidamos com nossas emoções determina mais nosso futuro do que propriamente o QI", afirma Goleman.
O próprio Goleman constatou que, entre seus colegas de Harvard, os mais simpáticos e habilidosos atingiram posições mais altas na carreira. E superaram de longe os reconhecidamente mais inteligentes.

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