São Paulo, segunda-feira, 25 de setembro de 1995
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Brasileira morta em NY é enterrada

CLÁUDIA MATTOS
ENVIADA ESPECIAL A MARICÁ (RJ)

O último ato de Lídia Machado no funeral de sua filha Maria Isabel Monteiro Alves, a brasileira assassinada há uma semana no Central Park, em Nova York, foi prestar uma homenagem solicitada pelo noivo da filha, Joel Magnani.
Antes de se afastar da gaveta do cemitério municipal de Maricá, cidade a 60 km do Rio onde Maria Isabel foi enterrada ontem, Lídia depositou um par de alianças sobre o caixão.
Magnani, gerente da loja de sapatos Stephane Kélian, onde Maria Isabel trabalhava como vendedora, não pôde vir ao Brasil, mas pediu a Lídia que fizesse, em seu nome, a homenagem.
"Ele não teve tempo de vir para cá, mas me pediu que fizesse isso por ele", disse Lídia, emocionada.
Pouco depois, Martha Molnar, cunhada de Maria Isabel, confirmou que ela pretendia se casar em breve com Magnani. Anteriormente, Martha dissera que Maria Isabel pensava em engravidar, mas se negara a confirmar que sua cunhada tinha um namorado.
O enterro de Maria Isabel foi simples e rápido. O corpo chegou ao Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, vindo de Nova York, pouco depois das 7h.
O corpo foi transportado para Maricá logo após o desembarque de Lídia e Martha, que foram para os Estados Unidos cuidar das providências necessárias ao traslado. Às 10h, já havia sido enterrado.
Em Maricá, cerca de 50 pessoas -a maioria apenas curiosos- acompanharam o velório.
Temendo alguma confusão, o prefeito de Maricá, Uilton Viana (PDT), convocou para a cerimônia 24 policiais militares -entre eles, 9 homens do Batalhão de Choque.
Empunhando fuzis automáticos, os policiais militares intimidaram as pessoas que tentaram se aproximar da família.
O velório durou apenas 15 minutos, tempo suficiente para um padre rezar uma missa de corpo presente, na qual Maria Isabel foi chamada de Maria Helena.
Devido à pressa em enterrar Maria Isabel, o padre preferiu não proferir a homilia (sermão).
Durante o velório, Antônio José, irmão de Maria Isabel, voltou a dizer que sua família não pretende entrar com qualquer ação contra a Prefeitura de Nova York.
No entanto, ele disse que, se o crime não for solucionado em breve, sua mãe voltará a Nova York para cobrar providências das autoridades norte-americanas.

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