São Paulo, segunda-feira, 25 de setembro de 1995
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Dinheiro pagou R$ 77 mil por obra em cozinha

LUIS HENRIQUE AMARAL
DA REPORTAGEM LOCAL

Entre os gastos considerados irregulares pelos auditores, está a reforma da cozinha de uma unidade da Secretária de Saúde, que custou R$ 77 mil, o bastante para comprar um apartamento de dois quartos em um bairro de classe média de São Paulo.
A prefeitura também comprou quatro microcomputadores para o gabinete do secretário da Saúde por R$ 29,5 mil (R$ 7,3 mil por unidade).
Segundo a auditoria, o dinheiro repassado pela União só pode ser usado pelo município em gastos diretamente relacionado ao atendimento de doentes, como a compra de remédios ou a reforma e construção de hospitais.
As datas da obra e da compra dos micros não constam da auditoria. Segundo Getúlio Hanashiro, secretário municipal da Saúde, elas não ocorreram na sua gestão.
O relatório afirma que houve "subtração dos recursos destinados às ações de saúde, objetivando despesas não pertinentes".
Além dos gastos irregulares, a auditoria identificou que a prefeitura não gasta o dinheiro repassado pela União por meio do Fumdes (Fundo Municipal de Saúde).
Em 93, o primeiro da gestão Maluf, a prefeitura recebeu R$ 42 milhões da União na conta do Fumdes. Gastou 10,7 milhões, ou 25,6%. Em 94, esta porcentagem foi de 10,33%. A média dos gastos nos dois anos foi de 18%.
A auditoria ainda detectou estoques de remédios vencidos. Além de equipamentos para atendimentos médicos sem uso.
Fumdes
O dinheiro que vem do Ministério da Saúde para a prefeitura, por meio do Fumdes, tem como objetivo ressarcir gastos hospitalares pagos pelo município.
Cada vez que um paciente é atendido, é registrada uma "autorização de internação hospitalar". Depois, esta guia é enviada para o ministério, que a paga pelo Sistema Único de Saúde.
(LHA)

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