São Paulo, segunda-feira, 25 de setembro de 1995
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Cinema sempre tentou retratar espírito jovem

BIA ABRAMO
DA REPORTAGEM LOCAL

O cinema sempre tentou -e por vezes conseguiu- retratar o espírito da juventude nas diferentes épocas. "Kids" mostra parte da adolescência dos anos 90, metidos com drogas e Aids, à deriva numa cidade grande.
Nos anos 50, a brilhantina e a rebeldia davam o tom. "Juventude Transviada" (Nicholas Ray, 1955) revelou James Dean, o ator-símbolo da revolta juvenil.
O grande filme sobre jovens feito nos anos 60 é "Sem Destino" (Denni Hopper, 69). Peter Fonda e Dennis Hopper viajam em suas motos pelos EUA ao som de rock'n'roll, numa recusa muda e feroz das instituições: trabalho, família e Estado.
Dois outros falam sobre a década de 60, mas foram feitos mais tarde: "Vidas Sem Rumo"(Francis Coppola, 83), que mostra uma disputa de vida e morte entre gangues adolescentes, e "Loucuras de Verão" (George Lucas, 73), que acompanha uma turma que vai se formar na high school (equivalente ao segundo grau) de uma cidadezinha na Califórnia em 62. A trilha sonora é do balaco.
Um retrato da transição dos anos 60 para os 70, com seus resquícios da era hippie e drogas a mais não poder, está em "Drugstore Cowboy" (Gus Van Sant, 89). "Jovens Loucos e Rebeldes" (Richard Linklater, 93) parece "Loucuras de Verão", mas o ano é 76 e a trilha traz heavy metal.
O yuppismo dos anos 80 não produziu nada de muito interessante, mas há dois filmes para prestar atenção. O primeiro, "O Primeiro Ano do Resto de Nossas Vidas" (Joel Schumacher, 85) fala justamente de jovens yuppies entrando na vida adulta.
Mas "Colors - As Cores da Violência" (Dennis Hopper, 88) mostra que nem tudo nos EUA era bem-estar: nos subúrbios de Los Angeles, jovens negros matam e morrem em brigas de território e tráfico de drogas. Aqui, o som é rap da melhor qualidade.

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