São Paulo, terça-feira, 26 de setembro de 1995
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Ex-comunista defende reformas

DO ENVIADO ESPECIAL

O deputado Alberto Goldman enfrenta dois problemas de imagem para chegar à presidência do PMDB: é tido como excessivamente simpático ao governo FHC e, paradoxalmente, tem uma ligação histórica com Orestes Quércia.
Goldman foi, durante o regime militar (1964-1985), o expoente do à época clandestino Partido Comunista Brasileiro (PCB) no MDB. Em 86, rompeu com o partido para ficar com a candidatura de Quércia ao governo paulista.
A partir daí, para escândalo de muitos esquerdistas, Goldman transformou-se num ardoroso defensor de Quércia, de quem tornou-se um dos operadores de confiança. Crítico habitual dos tucanos, a quem atribuía um gosto excessivo por teses acadêmicas, o deputado paulista agora tornou-se um aliado confiável do Planalto.
"Acho que o país precisa de reformas profundas, mas isso não significa ser cordato com o governo", diz Goldman.
Ao contrário de Quércia, que por razões de sobrevivência política em São Paulo defende o rompimento entre PMDB e Planalto, Goldman não vê motivo para isso. "Só se houvesse um motivo de peso para a ruptura, o que não aconteceu até agora."
Goldman afirma que Paes de Andrade não conseguiu entusiasmar o partido. Um pouco, segundo o deputado paulista, por não ter "grande presença" no Congresso.
"Também tivemos diferenças na votação das reformas. Paes votou pela manutenção do status e eu defendi mudanças", declara.
Acostumado aos conchavos de gabinete, Goldman está longe de ser, entre os deputados, uma figura carismática. Seus críticos reconhecem nele o gosto pela atividade parlamentar, mas rejeitam o estilo em geral sinuoso do ex-comunista.

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