São Paulo, terça-feira, 26 de setembro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Julgamento de O. J. entra na fase final

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Um ano depois de iniciado, o julgamento de O. J. Simpson entra hoje em sua fase final.
Promotoria e defesa apresentam seus argumentos finais ao júri, composto por dez mulheres e dois homens (nove negros, dois brancos e um hispânico).
O juiz Lance Ito resolveu não limitar o tempo das exposições.
A promotoria, a quem cabe provar "acima de qualquer dúvida razoável", fala duas vezes: uma antes da defesa e outra depois.
A defesa só precisa levantar dúvidas sobre as provas da acusação para que o júri absolva o réu.
Simpson é acusado dos assassinatos de sua ex-mulher, Nicole Brown, e de um amigo dela, Ronald Goldman, na noite de 12 de junho de 1994.
Ele alega inocência. A defesa afirma que o réu, negro, é vítima de um complô de policiais racistas.
A promotoria declara que Simpson, que espancou a mulher várias vezes durante os 17 anos em que viveram juntos, matou Brown por não suportar a idéia da separação e Goldman por estar no lugar errado na hora errada.
O. J. Simpson, 48, foi um dos mais famosos jogadores de futebol americano na década de 70 nos Estados Unidos.
Depois, se manteve célebre como garoto-propaganda, comentarista esportivo e ator de cinema (participou de filmes da série "Corra que a Polícia Vem Aí).
Sua segunda mulher, Nicole Brown tinha 35 anos e era loira. O casal teve dois filhos: Sidney, 10, e Justin, 9, que vivem com os avôs maternos.
A outra vítima, Ronald Goldman, tinha 25 anos e era branco. Ele havia ido à casa de Brown, local do crime, para devolver os óculos que ela havia esquecido no restaurante onde ele trabalhava como garçom.
As famílias das duas vítimas acusam Simpson dos crimes. Pesquisa do Instituto Gallup divulgada ontem mostra que 50% dos americanos concordam com elas, 39% acham que Simpson é inocente e os demais não têm opinião.
Não há testemunhas visuais do crime. A arma dos assassinatos, uma faca, não foi encontrada. A única prova material é uma luva usada pelo assassino e encontrada no quintal da mansão de Simpson.
Se o júri o considerar culpado, Simpson, a pessoa mais rica jamais julgada por homicídio nos EUA, pode pegar pena de 15 anos de cadeia a prisão perpétua sem direito a liberdade condicional.

Texto Anterior: Passaportes abrem crise em Hong Kong
Próximo Texto: Greve traz tensão a Detroit
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.