São Paulo, quarta-feira, 27 de setembro de 1995
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Desconto único mantém deduções no IR

LILIANA LAVORATTI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O desconto único sobre a renda dos contribuintes do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física) não vai substituir a dedução de todas as despesas na declaração de 1997 relativa ao ano de 1996.
O projeto de lei do IRPF em elaboração na Receita Federal deverá admitir, além do desconto-padrão, a dedução de despesas médicas, doações aos Fundos de Direitos da Criança e do Adolescente e para atividades culturais.
A proposta será submetida hoje ao secretário da Receita, Everardo Maciel, e deverá ser enviada ao Congresso na próxima semana. Para vigorar a partir de janeiro próximo, as novas regras dependem da aprovação no Congresso ainda em 95.
O desconto único, que vigorou entre 1980 e 1988, é uma opção do contribuinte às deduções atuais com despesas de saúde, educação, dependentes e outros tipos de contribuições.
Ao manter essas deduções fora do desconto-padrão, o governo tentará não desestimular doações para o Programa Nacional de Apoio à Cultura e Fundos de Direitos da Criança e do Adolescente.
No caso das despesas médicas, a exclusão tem a finalidade de manter o desconto-padrão atrativo mesmo para os contribuintes que têm abatimentos significativos com estes gastos.
A meta da Receita é que pelo menos 3 milhões dos 6 milhões de declarantes optem pelo desconto-padrão na declaração a ser apresentada no início de 1997 (ano-base 1996).
Na declaração de 1996 (ano-base 1995) serão mantidas as regras atuais.
O desconto-padrão é a principal inovação que a Receita Federal vai propor ao Congresso para simplificar a declaração e, com isso, aumentar o número de contribuintes do IRPF. Para funcionar, ele precisa ser vantajoso para a grande maioria dos declarantes.
O contribuinte poderá optar entre o sistema de deduções atual e o desconto único -possivelmente de 25% sobre o rendimento anual- antes de calcular o imposto. Os mais beneficiados são aqueles com poucas despesas médicas e outras.
Os cerca de 6 milhões de contribuintes que declararam IRPF este ano deduziram o total de R$ 5 bilhões em despesas médicas, de acordo com dados da Receita. Já os gastos com instrução -educação, ginástica, língua estrangeira etc.- somaram R$ 2,2 bilhões.

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