São Paulo, quarta-feira, 27 de setembro de 1995
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Impasse chega até diretórios do PT

DA FOLHA SUDESTE; DA REPORTAGEM LOCAL

A direção do PT de Campinas anunciou ontem em entrevista o rompimento com a direção nacional do partido. Em texto enviado à cúpula nacional, no entanto, o PT campineiro não cita a possibilidade de rompimento.
O PT campineiro, dominado pelas alas de esquerda petista, não aceita a composição da Executiva Nacional do partido.
Os grupos mais radicais da legenda reivindicam que a secretaria-geral seja entregue a algum de seus integrantes.
A ala do novo presidente do PT, José Dirceu, escolheu para a secretaria-geral Cândido Vaccarezza, pertencente ao grupo do deputado estadual paulista Rui Falcão.
"Passamos a considerar ilegítima a composição da Executiva nacional e suas deliberações nulas", disse Sebastião Arcanjo, presidente do PT de Campinas.
No texto enviado à direção nacional, o PT campineiro reafirma as críticas ao grupo de Dirceu, mas limita-se a pedir um gesto de "grandeza política" a Dirceu.
Esse gesto seria a convocação de uma reunião do diretório petista para "recuperar princípios democráticos internos".
Gilberto Carvalho, aliado de Dirceu e secretário de Comunicação do PT, considerou "legítimo" o protesto do PT de Campinas.
"Estamos tentando um acordo para superar a crise, mas a Executiva está funcionando e é legítima", declarou Carvalho.
A esquerda e a extrema-esquerda petista, que têm 46% dos votos do diretório, estão organizando manifestações de direções estaduais e municipais para pressionar contra a indicação de Vaccarezza.
Dirceu escolheu Vaccarezza para fazer o "jogo pesado" contra o petismo ortodoxo. Vaccarezza perdeu recentemente a eleição para presidente do PT paulistano.
O deputado Arlindo Chinaglia (SP), que recentemente se transformou no líder dos grupos de esquerda e extrema esquerda do PT, condenou a possibilidade de rebelião de diretórios.
"A pressão é legítima, mas não a ponto de desarticular o PT", afirmou Chinaglia, que no curto prazo não vislumbra solução para o impasse. "A secretaria virou símbolo da luta pela democracia interna", acha.

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