São Paulo, quarta-feira, 27 de setembro de 1995
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Tarifa de energia elétrica deve subir entre 10% e 35%

ALEX RIBEIRO; LILIANA LAVORATTI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O reajuste das tarifas de energia elétrica ficará entre 10% e 35% e será diferenciado entre as empresas do setor. O subsídio às contas residenciais será reduzido.
O DNAEE (Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica) enviou ao Ministério da Fazenda proposta que prevê reajustes maiores para regiões com maior concentração de consumo residencial. Os índices tendem a ser menores em regiões industriais.
Na Nordeste, por exemplo, as casas que consomem até 30 Kw/h pagam, em média, R$ 0,67. Para fazer a cobrança, as concessionárias gastam R$ 1,20 -com impressão das contas e envio pelos Correios, por exemplo. O prejuízo, no final, é de R$ 0,53 por consumidor.
As empresas calculam que o custo real dessas contas é de R$ 3,20. O prejuízo, portanto, chega a quase 400%. Segundo o DNAEE, o subsídio incentiva o desperdício de energia.
As concessionárias argumentam ainda que, ao dirigir ao consumidor residencial o maior peso do reajuste, também é evitado parte do impacto nos índices de inflação. Aumentos em tarifas industriais tendem a ser repassados aos preços finais.
A equipe econômica também está levando em conta a redução de custos das concessionárias. A Cesp (Companhia Energética de São Paulo), por exemplo, diminuiu o número de funcionários de 20 mil, em janeiro, para 15 mil.
As concessionárias querem que os reajustes sejam feitos neste mês. A data-base dos eletricitários é em outubro.
O presidente da Associação das Concessionárias de Energia Elétrica (ACESA), Airton de Oliveira Abreu, diz que qualquer reajuste só vai produzir aumento de receita 45 dias depois de entrar em vigor.
"Levantamento feito mês passado indica que as tarifas estão defasadas entre 25% e 30%", disse.

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