São Paulo, quarta-feira, 27 de setembro de 1995 |
 |
|
Próximo Texto |
Índice
Bósnia tem acordo de união política
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
Segundo Clinton, o acordo forma "os princípios básicos para uma paz definitiva" e "deixa claro que a Bósnia vai se manter como um Estado individual e internacionalmente reconhecido". Os ministros das Relações Exteriores da Sérvia, da Croácia e da Bósnia estão reunidos desde anteontem em Nova York, sob o patrocínio dos EUA, para tentar chegar a uma solução para a guerra, que já dura quatro anos. Os três só se encontraram juntos ontem durante 20 minutos, com mediação do secretário de Estado dos EUA, Warren Christopher. Todo o tempo restante, eles passaram em salas separadas com representantes dos EUA, que levavam e traziam as mensagens dos demais e costuravam o acordo. Pelo que foi decidido ontem, a Bósnia terá um Parlamento eleito por voto popular, composto por dois terços de representantes de uma federação muçulmano-croata e um terço de representantes dos sérvios residentes na Bósnia. Esse Parlamento vai eleger o presidente da República. Haverá um sistema judiciário independente. Essas instituições têm que estar funcionando antes do cessar-fogo definitivo, que colocará fim às hostilidades. A guerra na ex-Iugoslávia teve início com a dissolução do antigo país em 1991. A Sérvia não reconheceu a independência da Bósnia (ocorrida em 1992), que tem em seu território cerca de 1,5 milhão de sérvios, um terço da população. Pelo menos 200 mil pessoas morreram no conflito até agora. Desde 1992, a ONU tem tentado estabelecer a paz. Há cerca de 50 mil soldados da ONU na Croácia e na Bósnia. A região está sob embargo internacional de armas. Os EUA e seus aliados europeus suspenderam recentemente ataques a posições sérvias. A capital da Bósnia, Sarajevo, ficou sob cerco sérvio durante três anos e meio. Os sérvios seguem a religião cristã ortodoxa, os croatas são católicos romanos e os bósnios são muçulmanos. Acordo feito em Genebra (Suíça) dividiu o território do país em 49% para os sérvios e 51% para os muçulmano-croatas. Próximo Texto: Frei diz que julgará perdão a Espinoza; Canadá rejeita união com o Quebec; Juppé faz crítica a favorecimento; Gato 'fujão' aparece e alivia britânicos; Vice do Equador depõe no Parlamento; Computador controla fronteira britânica; Centenas morrem em prisões de Ruanda Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |